22 Junho 2017
Bachelet: "Francisco ajudará a refletir sobre o papel do dinheiro na nossa sociedade". As vítimas do Sodalício de Vida Cristã e os índios Mapuche esperam encontrar-se com Bergoglio
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 20-06-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
O anúncio, dado simultaneamente em Roma, Lima e Santiago de Chile, da viagem papal ao Chile e ao Peru, demandará um trabalho coordenado de três estados para que a chegada de Francisco seja um sucesso. Os presidentes dos dois países, Michelle Bachelet e Pedro Pablo Kuczynski, assim têm garantido. Também garantem que a semana entre os dias 15 e 21 de janeiro do próximo ano "será um divisor de águas"
Assim, a presidenta Bachelet destacou que "esta é a segunda vez que um papa visitará o Chile, depois de 30 anos, quando João Paulo II se fez presente em um momento muito especial de nossa história", disse ele, referindo-se à ditadura de Augusto Pinochet.
A situação mudou muito no Chile de hoje, onde o Papa "nos ajudará a refletir sobre o papel do dinheiro na nossa sociedade", revelou a presidente do país. "Creio que a visita do Papa Francisco também será um momento muito importante, pois nos permitirá refletir sobre o que nos une como nação, podendo colocar o ser humano, e não o dinheiro, no centro do desenvolvimento de uma nação", acrescentou.
Bachelet disse que o Papa também falará sobre "como enfrentamos tanto os desafios sociais quanto ambientais, dos quais o Papa Francisco tem destacado ao mundo a sua postura muito claramente". Ao mesmo tempo, ele observou que o Governo já está há semanas coordenando diferentes aspectos da visita "que será um grande sucesso".
A visita de Francisco terá um "significado especial" para o Chile, pois se trata do primeiro papa da América Latina e também porque ele viveu e estudou no país quando era jovem, disse a Chancelaria.
Da mesma forma, o governo chileno assegurou que Francisco poderá "viajar para todos os lugares que julgar necessário", referindo-se à visita prevista para Temuco, na região de Araucanía, epicentro do chamado conflito Mapuche.
"Vivemos em um país onde o Estado de Direito existe em todo o território nacional e com a visita do papa, sem dúvida, as medidas correspondentes à altura de sua posição serão tomadas", afirmou a ministra porta-voz do Governo, Paula Narváez.
Neste sentido, Fernando Chomali, arcebispo de Concepción, recordou que "por onde tem passado na América Latina, o papa tem falado sobre os povos originários. Ele reconhece que eles foram mal tratados e que deve haver para eles um novo tratamento político, social e econômico. A população originária é a mais pobre e tem menos acesso à educação no Chile. Esses dados não são tomados com indiferença pelo papa, que convidará a todos a trabalhar pela paz e pela harmonia social".
Por sua parte, o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, confirmou que a viagem papal "será um divisor de águas" em seu país. Em uma aparição junto ao Cardeal Cipriani, ele acrescentou que "antes havia agitação, em seguida, haverá moralidade e tranquilidade, por isso é tão importante esta visita".
"Estou absolutamente certo de que esta visita será um enorme sucesso", comentou antes de salientar que "vai requere muitos preparativos", porque o papa irá se deslocar de Lima para a selvagem Puerto Maldonado e para Trujillo, no norte.
Kuczynski leu uma carta enviada ao papa em 21 de março do ano passado, onde lhe pediu que visitasse Peru e lhe contou que o país havia sido duramente atingido pelo fenômeno climático El Niño Costero.
Em sua carta, o governador pediu ao papa "suas orações e bênçãos" para a população peruana afetada e encorajou-o "a visitar o Peru, um país de histórica fé e de um profundo coração andino". Com este pedido, foi esta fé a que foi atendida pelo papa.
Na sua visita ao Peru, as vítimas do Sodalício anunciaram que pedirão à Nunciatura Apostólica para se encontrarem com o Papa. De acordo com o deputado Belaunde, é necessário que o Santo Padre ouça os relatos das vítimas.
"Propus a possibilidade de que dentro da agenda apertado, o Papa Francisco possa destinar alguns minutos para se encontrar com as vítimas. Creio que isso parte de um sentimento muito cristão, que é o de ouvir e estar perto das pessoas que sofrem", disse o legislador.
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Os governos do Peru e do Chile estarão focados na visita papal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU