Polônia: filho padre da primeira-ministra celebra a missa com o rito tridentino

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06 Junho 2017

Caso praticamente único na Europa, a Polônia é um país onde o catolicismo está retrocedendo de modo geral às posições mais integralistas e reacionárias da Igreja. Obviamente, o santinho predominante é o de São João Paulo II, o papa magno do século passado, mas o mesmo culto obsessivo de Wojtyla foi despojado de todos os seus significados reformistas. E, assim, in loco, restam apenas os marcos caros à direita nacionalista e conservadora: o anticomunismo e uma visão de mundo baseada na sexofobia.

A reportagem é de Fabrizio D’Esposito, publicada por Il Fatto Quotidiano, 05-06-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Nos últimos tempos, foi um renomado polonês que descreveu o obscuro catolicismo de matriz político-religiosa sombria do seu país. Chama-se Krzysztof Charamsa, e é o ex-monsenhor da antiga Inquisição, a Congregação para a Doutrina da Fé, que “saiu do armário” na véspera do Sínodo sobre a família, em outubro de dois anos atrás: “Sou um sacerdote gay e tenho um companheiro a quem eu amo”.

Mais tarde, no seu belo livro publicado pela editora Rizzoli, o teólogo expulso da Igreja por ter “saído do armário” realizou uma análise detalhada sobre o fanatismo homofóbico que caracteriza os católicos poloneses. E, nesse contexto, assume um papel decisivo a virada à direita da política, com o peso do primeiro partido “Direito e Justiça”, fundado pelos gêmeos Kaczynski, Lech (que morreu em um acidente aéreo em 2010) e Jaroslaw, ainda presidente da sigla.

Hoje , a primeira-ministra é Beata Szydlo, e, nos sites tradicionalistas, fez-se uma grande festa devido a uma notícia que diz respeito a ela: o seu filho Tymoteusz foi ordenado sacerdote no dia 27 de maio passado e, nesse domingo, na solene festividade de Pentecostes, celebrou a sua primeira missa.

Mas o que provocou a exultação da direita clerical foi o fato de o Pe. Tymoteusz Szydlo ter escolhido celebrar de acordo com o antigo rito latino, de costas para os fiéis. A Igreja da Santa Cruz, em Cracóvia, pertence à Fraternidade Sacerdotal São Pedro.

A fraternidade foi fundada na Suíça com a autorização do Vaticano em um ano crucial para os tradicionalistas do rito tridentino, em 1988. No mesmo ano, ocorreu uma grave divisão entre os lefebvrianos da Fraternidade São Pio X e Roma, por causa de quatro bispos ordenados por Dom Lefèbvre.

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