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O papa populista, progressista e reacionário. Artigo de Loris Zanatta

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18 Mai 2017

“O papa progressista é herdeiro direto de uma tradição antigamente definida como reacionária: do antimodernismo hispânico, nostálgico do organicismo típico da cristandade medieval e inimiga jurada dos príncipes liberais e burgueses de 1789; de Joseph De Maistre, certamente não de Montesquieu.”

A opinião é do historiador italiano Loris Zanatta, professor da Universidade de Bolonha, em artigo publicado no jornal Il Foglio, 08-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Como é o mundo visto pelo Papa Francisco? E como deveria ser? O seu diagnóstico e as suas receitas são adequados? Oferecem soluções ou acrescentam problemas?

São perguntas fáceis de se fazer, mas delicadas de se responder: um costume tácito pede que se fale bem do papa ou que se cale, que duvidar não é educado, e criticar, quase um crime. No entanto, são perguntas necessárias, dado o eco das suas palavras no mundo. Eco político mais do que espiritual.

De fato, é inegável que Jorge Mario Bergoglio gosta de dar a sua opinião sobre tantos temas mundanos. Ou, melhor, são tão frequentes as suas intervenções a ponto de se deixarem escapar os seus silêncios, igualmente significativos.

Encontrar o fio da meada da sua visão de mundo, dentre outras coisas, é algo tornado ainda mais árduo por várias circunstâncias: os seus discursos costumam se adaptar à plateia a que ele se dirige, costumam mudar de lugar para lugar e de público para público; e ainda mais costumam fazer isso dependendo se se trata de textos escritos que passaram por uma centena de mãos e mil polidas ou de palavras extemporâneas que fugiram do filtro da Cúria; sem falar que, para qualquer pessoa que tenha um pouco de familiaridade com a sua linguagem, não foge a astúcia com que ele equilibra os agrados a gregos com os agrados a troianos.

Assim, ei-lo dizendo ao corpo diplomático que é preciso garantir “o direito de cada ser humano de imigrar para outras comunidades”, evitando, porém, que estas “sintam ameaçada a própria segurança, a própria identidade cultural e os próprios equilíbrios político-sociais”; o que, no fundo, é como pretender assoviar e chupar manga.

Mas ei-lo voltando logo, diante de plateias mais complacentes, a defender a imigração sem quaisquer condições.

Ei-lo agarrando pelos chifres o touro do populismo: “Inimiga da paz é a ideologia que, aproveitando-se dos problemas sociais, fomenta o desprezo e o ódio, e vê o outro como um inimigo a ser aniquilado”; ideologia que, embora se mascarando de portadora de bem para o povo, deixa atrás de si “pobreza, divisões, tensões sociais, sofrimento e, muitas vezes, também a morte”.

Ei-lo, porém, também fazendo distinções implícitas: evocar o fantasma de Hitler que rondaria a Europa, mas balbuciando apenas frases anódinas sobre Nicolás Maduro ou Raúl Castro, cujos regimes se encaixam perfeitamente nessa descrição.

Eis o Papa Francisco reconhecendo o papel social das empresas, quando tem à sua frente a cúpula da Confindustria [Confederação Geral da Indústria Italiana], mas ei-lo atirando à queima-roupa contra o “liberalismo econômico”, respondendo às perguntas do El País, dando livre curso, assim, à sua visceral aversão ao mercado.

Sobre tal pingue-pongue verbal e conceitual do papa, poder-se-ia debater ao infinito. Poder-se-ia, com benevolência, deduzir dele que isso reflete o eterno e insolúvel dilema de traduzir os valores evangélicos em realidades sociais; ou, sendo malvados, que o magistério de Francisco não é menos líquido do que o mundo ao qual se dirige. Há alguma verdade em ambas as interpretações.

Mas, no geral, separado o trigo do joio e desfeita a névoa criada por tanto dizer e tanto fazer, não se pode dizer que não emerge um quadro coerente. Não porque a visão pontifícia do mundo seja original: de fato, não é, sendo filha fiel de uma tradição antiga e robusta, aquela nacional popular que tanto permeia o catolicismo argentino e latino-americano.

O papa deve estar muito ciente disso, quando, ao falar com as crianças romanas, sentiu-se no dever, iustificatio non petita, de explicar que o Sacro Colégio não tinha eleito o mais culto e inteligente dos cardeais, mas aquele que o Espírito Santo considerou adequado para a nossa época. Traduzido em termos seculares: Francisco está certo de que a sua visão de mundo é a de que o homem e o mundo precisam hoje. Só resta examiná-la.

Diagnóstico: Apocalipse

Visto com os olhos do papa, o nosso mundo não tem saída: não é uma paleta multicolorida sobre a qual, dia após dia, escreve-se uma história em construção, onde bem e mal convivem e se entrelaçam assim como em qualquer outra época, tingindo-se de uma infinita escala de cinzas. Não, o nosso mundo é o pior dos mundos possíveis e anuncia o Apocalipse. Poder-se-á dizer que não há nada de estranho, e que é óbvio que os papas vejam assim.

Só que o mal que assombra Francisco raramente é o da condição humana e muitas vezes é o da estrutura social; o qual, dir-se-ia, lendo Francisco, é a maior causa do primeiro. Não por acaso, os raios que antigamente os bispos lançavam contra o sexo, ele os reserva ao dinheiro, ao mercado, ao consumo.

O fato de que isso colide com os católicos mais ortodoxos é compreensível: a metafísica se curva, assim, ao século, e a salvação se torna redenção social. O fato de que isso entusiasma muitos deixa mais perplexo. Somente uma tradição espiritual que, durante séculos, evitou as fronteiras entre esfera espiritual e esfera temporal, acostumada a governar almas e polis ao mesmo tempo, a pensar que o indivíduo se esgota na comunidade a que pertence, pode, com tanta desenvoltura, fazer com que os destinos individuais dependam dos sociais.

De fato: das homilias juvenis às encíclicas do pontificado, o esquema de Bergoglio é sempre o mesmo. Feita uma breve, formal e vaga concessão ao que o mundo moderno oferece, o coração da sua reflexão começa com “mas”, “porém”, “todavia”, “infelizmente”. É então que Francisco dá vazão à sua veia apocalíptica.

“A globalização – diz o Documento de Aparecida, pai das encíclicas posteriores – é um fenômeno complexo”, tem aspectos positivos e negativos. Infelizmente, continua, prevalece a “sua dimensão econômica”. A complexidade do fenômeno se perde, então, em uma análise maniqueísta e catastrofista.

De aspectos positivos, não resta traço algum, e o mal impera: a globalização é o “processo promotor de iniquidades e injustiças múltiplas”, que “privilegia o lucro e estimula a competitividade”, perseguindo, além disso, uma “dinâmica de concentração de poder e de riqueza” da qual dependem as crescentes desigualdades, a exclusão e a exploração de “bilhões de pessoas”, os “descartados”.

A síntese da Laudato si’ é uma sentença lapidar: assistimos à “deterioração do mundo e da qualidade de vida de grande parte da humanidade”. Amém. A tecnologia “resolve um problema criando outros”, “os idosos recordam com saudade as paisagens de outrora”, “o estilo de vida atual, por ser insustentável, só pode desembocar em catástrofes”; a paisagem humana da nossa era é uma mistura explosiva de fragmentação social, violência, agressividade, tráfico de drogas, perda de identidade. Sem falar da “terceira guerra mundial em pedaços”. E assim por diante, ao infinito.

Como historiador, eu permaneço cético. Um pouco porque tais ladainhas me recordam as cartas pastorais dos velhos bispos latino-americanos, que denunciavam, tudo junto, as saias muito curtas, os bailes promíscuos, a penetração protestante, a educação laica: tudo aquilo que consideravam que ameaçava a sociedade cristã do passado, tão mítica quanto idealizada; um pouco porque cada época produz visões apocalípticas do mundo: visões que sempre se apoiam sobre circunstâncias objetivas, mas se tornam apocalípticas quando elas são absolutizadas a ponto de torná-las a chave de leitura exclusiva da contemporaneidade a despeito de todas as outras.

Isso, no fundo, é o que o papa faz, no método, ainda antes que nos conteúdos. Sobre cada uma das suas sentenças sobre os efeitos da globalização, pode-se discutir, concordar, discordar. Mas o que salta aos olhos é como, em um campo tão complexo e mundano, por sua natureza sulcado por tantas ideias e conhecimentos empíricos diferentes, Francisco desposa, sem qualquer distinção, algumas teses e coloque outras de lado a priori. Quer se trate de clima e de ambiente, quer de mercado e de trabalho, quer de democracia e de direitos, ele não parece tomado pelas dúvidas que perturbam a todos nós: ele sabe bem onde se encontram o bem e o mal, a sua abordagem nunca é problemática, mas sim dogmática; e o bem, aliás, sempre está do lado das mais radicais correntes críticas da globalização.

Isso, talvez, significa que Francisco sofre de uma espécie de subalternidade cultural em relação a tais correntes? Que ele é, como muitos dizem, um bolchevique de túnica branca? Nem sequer em sonho. O fato, no máximo, é que, aos seus olhos, o comunismo é uma heresia cristã: ele mesmo explicou isso e, certamente, tem razão.

E mais: é que o antiliberalismo extremo das correntes críticas da globalização nas quais ele bebe se insere perfeitamente no seu imaginário nacional popular e conforta a sua convicção de que ela é o fruto último e mais podre da civilização ocidental; da civilização liberal e capitalista na qual o papa e os seus antepassados sempre apontaram a origem dos males do homem moderno, da apostasia que, da Reforma protestante, desembocou no liberalismo, do qual Lutero, escrevia Bergoglio antes que o papel de pontífice lhe impusesse uma virada ecumênica, era pai imperdoável.

Visto assim, o papa progressista é herdeiro direto de uma tradição antigamente definida como reacionária: do antimodernismo hispânico, nostálgico do organicismo típico da cristandade medieval e inimiga jurada dos príncipes liberais e burgueses de 1789; de Joseph De Maistre, certamente não de Montesquieu.

Só uma data, de fato, destaca-se no vácuo temporal em que se move a reflexão de Francisco; reflexão que, ao apocalipse em curso, opõe um passado de virtudes perdidas: “O crescimento nos últimos dois séculos não significou, em todos os seus aspectos, um verdadeiro progresso integral e uma melhoria da qualidade de vida”. Dois séculos: a noite, portanto, iniciou nessa época, junto com a revolução industrial, com as revoluções científicas, com o constitucionalismo liberal; foi lá, então, que o individualismo e o egoísmo, o dinheiro e a luxúria, a avidez e a arrogância se apossaram do homem.

Será realmente assim?

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