Por: João Flores da Cunha | 25 Janeiro 2017
A presidenta do Chile, Michelle Bachelet, recebeu no dia 23-01 o relatório final de uma comissão sobre os conflitos na região de La Araucanía, no centro do país. O texto aborda a violência rural e a dívida histórica do Estado chileno com o povo mapuche, que habita a região.
La Araucanía, uma das quinze regiões nas quais o território do Chile está estruturado, é a mais pobre do país, e apresenta alta desigualdade. A comissão foi instalada em julho de 2016 para assessorar a presidência do país na resolução dos conflitos da região. Ela contou com participação de indígenas e de representantes da Igreja, e foi presidida pelo monsenhor Héctor Vargas, bispo de Temuco, a capital de La Araucanía.
En el #PresidenciaAlDía de hoy, revisa las palabras de la Pdta. @mbachelet al recibir el Informe de la Comisión Asesora de la Araucanía. pic.twitter.com/0HgeX7hS8T
— Prensa Presidencia (@presidencia_cl) 23 de janeiro de 2017
O relatório faz uma série de recomendações ao governo chileno. Entre elas, estão uma nova regulamentação para a compra de terras e a criação de um ministério de povos indígenas e de uma Lei Araucanía. A presidenta afirmou que a lei será apresentada em um prazo de seis meses, e que será submetida a consulta dos povos indígenas.
Um dos desafios a serem resolvidos é o da representação política indígena, e a comissão pediu que se crie um mecanismo especial de representação. Também pediu que sejam pagas reparações às vítimas de violência na região, e que o governo ajude no fortalecimento das organizações mapuche. Além disso, solicitou que o Estado chileno reconheça seus erros oficialmente e peça perdão pela forma como historicamente tratou La Araucanía, pedido acolhido pelo governo.
Revisa el texto completo del Informe Final de la Comisión Asesora Presidencial de la Araucanía. https://t.co/HYy6gPtH3R pic.twitter.com/YIRkAZm4M8
— Prensa Presidencia (@presidencia_cl) 23 de janeiro de 2017
De acordo com Bachelet, as prioridades para a região são “paz, interculturalidade, desenvolvimento e igualdade”. A presidenta valorizou o fato de o relatório ser não o “reflexo da visão de um setor determinado”, mas “proposta comum de pessoas que trabalham em diversos âmbitos produtivos, das comunidades, da academia e também da política”.
Ela garantiu que já há previsão orçamentária de recursos a serem destinados para La Araucanía, e destacou que “em termos financeiros a região já é uma prioridade”. A presidenta prometeu que até março irá detalhar uma série de ações de curto e médio prazo a serem tomadas a partir das conclusões apresentadas no relatório.
No mesmo dia em que a presidenta recebeu o relatório, o ministro do Interior do Chile, Mario Fernández, admitiu que há terrorismo em La Araucanía. A declaração foi dada em uma sessão no parlamento do país sobre segurança nacional. La Araucanía é marcada por conflitos entre os mapuches e empresas agrícolas e florestais que operam na região.
Lo más potente de la #interpelación al Ministro del Interior es el que haya reconocido, públicamente, que en La Araucanía sí hay #terrorismo
— Mujeres Araucanía (@mujeraraucania) 24 de janeiro de 2017
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Chile. Bachelet recebe relatório final sobre conflitos de La Araucanía - Instituto Humanitas Unisinos - IHU