23 Agosto 2016
Seca no Rio Madeira dificulta logística, encarece insumos e combustível. Municípios do Sul do estado são afetados pelo baixo nível do rio.
A estiagem que atinge a calha dos rios Madeira, Purus e Juruá dificulta a navegabilidade e tem influenciado a chegada de combustível e insumos nos municípios localizados no Sul do Amazonas. Para a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), a “situação é preocupante” pois a vazante pode se intensificar até o fim do ano.
A reportagem foi publicada por G1, 22-08-2016.
De acordo com informações repassadas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a cota do Rio Madeira chegou a 9,59 metros na última quinta-feira (18), na estação de Humaitá, a 590 Km de Manaus. A cota máxima atingida neste ano foi de 21,80m em 19 de março. O nível já desceu mais de 12 metros.
“Essa preocupação é porque nós ainda não estamos no momento de maior vazante, geralmente é final de agosto e inicio de setembro”, explicou o presidente Faea, Muni Lourenço.
A navegabilidade comprometida já fez agricultores e pecuaristas dos municípios de Apuí e Manicoré sentirem o reflexo na produção. “Principalmente com relação ao encarecimento de insumos em função da dificuldade logística”, afirmou Lourenço.
Ele apontou que uma diferença no preço do combustível já começou a ser sentida em Apuí, por conta da logística. “Para manter hoje o abastecimento de combustíveis em Apuí, já tem postos tendo que comprar em Itaituba no Pará, á quase 700 km do município”, afirmou.
Sem condições de navegabilidade, a chegada de insumos, como sementes para o plantio, ração animal e sal mineral não tem chegado aos produtores. “Com a paralisação da balsa de Humaitá para a transamazônica, já temos situações de produtores rurais que estão sem receber insumos. As sementes estão em cima de caminhões, que não conseguem atravessar o rio Madeira, pela paralisação da balsa”, alertou Muni.
A federação ainda não tem estimativas da perda de produção com a estiagem nos próximos meses, nem sobre possível aumento dos preços para o mercado consumidor.
“A seca prejudica a produção agrícola e pecuária, diminui o desenvolvimento das culturas agrícolas e pastagens. Dificulta o processo produtivo com um todo”, observou o presidente Faea.
Uma das estratégias para minimizar os prejuízos é que os produtores usem técnicas de irrigação, apontou o presidente. “É muito importante a questão da dragagem do Rio Madeira, para que a navegação possa voltar a se formalizar. A gente tem procurado fazer gestões junto aos órgãos públicos”, afirmou o presidente Muni Lourenço.
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‘Situação é preocupante’. Estiagem no interior do AM - Instituto Humanitas Unisinos - IHU