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Encontro Brasileiro dos Movimentos Populares

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08 Junho 2016

"Na noite da democracia, na força cega e interesseira do capital, novas pessoas estão se juntando. Jovens inconformados, povos nativos e comunidades tradicionais em luta permanente, movimentos sociais com um novo vigor.", escreve Dário Bossi, padre comboniano e membro da rede Justiça nos Trilhos e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental.

Eis o artigo.

Kre-Nak significa “cabeça-terra”. Encostar a cabeça na terra, reverenciando-a como mãe, é a identidade do povo Krenak, que vive no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.

Pouco acima desse mesmo vale, na cidade de Mariana, aconteceu o Encontro Brasileiro dos Movimentos Populares em diálogo com papa Francisco. Essa sequência de encontros começou em Roma em 2014, consolidou-se no encontro internacional de julho 2015 na Bolívia e agregou os movimentos brasileiros nesse mês de junho 2016, mesmo sem a presença física de Francisco.

Cerca de 300 pessoas, representando povos indígenas, quilombolas, pescadores, comunidades tradicionais, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e agentes das pastorais sociais compartilharam seus anseios e experiências de luta.

“Vocês são poetas sociais: criadores de trabalho, construtores de casas, produtores de alimentos, sobretudo para os descartados pelo mercado global” – dizia Papa Francisco na Bolívia. O diálogo com ele é oportunidade também para que os movimentos sociais dialoguem intensamente entre si.

O encontro foi convocado em Mariana-MG, onde “a mãe terra foi estuprada pelos próprios filhos”, conforme a dura posição do deputado federal padre João, presidente da Comissão Direitos Humanos e Minorias da Câmara, que acompanhou a abertura do evento. Movimentos populares e Igreja, juntos, denunciaram assim o crime provocado pela empresa Samarco, propriedade das mineradoras Vale S.A. e BHP Billiton, com a conivência do Estado. As palavras de dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana, foram explícitas ao exigir que sejam reconhecidas e adequadamente reparadas as responsabilidades desse desastre.

À sombra dessa gravíssima injustiça socioambiental somou-se a noite escura do golpe, que o próprio Papa veio a evocar no final de maio, manifestando inquietação com a "complexa conjuntura política" dos países da América Latina, que estariam passando por "golpe de estado branco".

A crise é grave, profunda e longa, comentaram os movimentos populares. Requer uma resistência que extrapole o calendário eleitoral, pois está ocorrendo um esgotamento da própria democracia formal.

Essa resistência está crescendo de maneira inesperada, “ação pipoca”, como a define o Levante Popular das Juventudes. É forte, entre outros, o protagonismo dos povos indígenas e dos jovens secundaristas, que ocuparam as escolas em diversos estados do País oferecendo um verdadeiro “antivírus da política”, como foi definido por alguns professores.

Num tempo em que a confiança na política se rompeu, o espaço de manifestação popular que resta é a rua. A ocupação da rua põe em jogo os próprios corpos dos militantes, provocando as pessoas a se entregarem por inteiro à causa.

Os três ‘T’

O direito aos “3T” -terra, teto e trabalho- é algo elementar e inegavelmente necessário, recordava Papa Francisco na Bolívia. O encontro dos movimentos populares em Mariana avançou no aprofundamento e no debate estratégico sobre esses eixos no Brasil.

Comunidades tradicionais e agricultores familiares assentados clamaram junto à Mãe Terra denunciando o uso intensivo de agrotóxicos, a concentração da propriedade e o estímulo ao agronegócio, a criminalização e violência no campo e o saque dos bens comuns pela intensificação das atividades de mineração, com cada vez menor segurança para as comunidades e os trabalhadores.

O caminho para a defesa da Casa Comum passa pela autodeterminação das comunidades em seus territórios. O território, de fato, é compreendido como um espaço de relações entre si e com o meio ambiente, expressão da cultura e do vínculo com os antepassados e com as gerações que esperamos depois de nós. A reforma agrária e a diversificação da economia local, a partir da iniciativa das comunidades, se põem como meta urgente e intransponível.

Nas cidades, é assustador o aumento da violência, a falta de estruturas e serviços e de saneamento básico nas periferias, provocando exclusão e alimentando epidemias. Urge uma reforma urbana que lute pelo direito à moradia popular digna como política pública consistente e permanente e que combata a especulação imobiliária.

O mundo do trabalho sente-se particularmente ameaçado nessa nova conjuntura de possível virada neoliberal, onde o próprio fantasma do desemprego vem sendo aproveitado como elemento disciplinador da força trabalho. Surgem como ameaças a serem firmemente combatidas a redução dos direitos dos trabalhadores e do investimento em sua segurança e saúde, a precarização e a terceirização. Dos 13 trabalhadores que foram mortos pela irresponsabilidade da Samarco na gestão da barragem de rejeitos, 12 eram terceirizados.

As lutas do campo e da cidade estão interligadas e precisam, nesse momento histórico, enfrentar uma proposta de política econômica que visa garantir o interesse do grande capital e pesar com seus impactos e privatizações, mais uma vez, sobre os ombros dos mais pobres.

A gravidade desse contexto está estimulando a agregação de forças, cujo maior indicador é o diálogo crescente entre as duas grandes frentes “Brasil popular” e Povo sem medo”.

O rosto do pecado e os sinais de ressurreição

“Eu não sabia que tinha esse monstro acima de mim”. Maria do Carmo, moradora do distrito de Paracatu de Baixo atingida pelo crime das empresas Vale e BHP Billiton, mantém seu olhar perdido, acima das casas cobertas de lama. “A vontade que a gente tem é dormir, acordar e não encontrar mais isso. Mas, acordando, encontramos todo dia esse pesadelo”.

Foram avisados pelos próprios moradores dos povoados acima, no vale do Rio Doce, naquele final de tarde do 5 de novembro de 2015. A mineradora nem sequer se preocupou de espalhar o alarme. Subiram às pressas o morro e assistiram desesperados à destruição do povoado inteiro, por esse mar de lama, grossa e fedida, que ninguém entendia de onde estivesse vindo.

19 mortes; uma mulher grávida abortou a criança ao tentar fugir da lama; uma senhora teve dois AVCs seguidos, logo após o desastre, e hoje está em cadeira de rodas. Tendo seus povoados destruídos, muitas famílias acabaram se separando, uns querendo buscar outra alternativa de vida na roça, outros resignados mudando-se para a cidade. Aumentaram as tentativas de suicídio.

“A mãe terra começou a gemer, mas ela vai vomitar ainda muita coisa por aí”, comenta a jovem indígena Geovana Krenak, que na noite anterior nos deu uma lição de amor às raízes da terra e da cultura ancestral.

A pastora Romi Bencke complementa: “Se alguém quiser ver o rosto do pecado, é só olhar para cá”. Evoca o ícone evangélico das três mulheres que foram ao sepulcro e não encontraram o corpo de Jesus. Naquela manhã, ecoou no coração delas a angústia da morte, mas também uma primeira faísca da ressurreição.

E assim foi para nós. Naquele cenário desolador, ao pôr do sol, cantamos o Pai Nosso dos Mártires, grito de revolta pela violência que arrasa as vidas dos mais frágeis. Mas sentimos no sangue essa indignação transformar-se em rebeldia.

Na noite da democracia, na força cega e interesseira do capital, novas pessoas estão se juntando. Jovens inconformados, povos nativos e comunidades tradicionais em luta permanente, movimentos sociais com um novo vigor.

“Vocês são semeadores de mudança. (...) Vocês, a partir dos movimentos populares, assumem as tarefas comuns motivados pelo amor fraterno, que se rebela contra a injustiça social. (...) O futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos, que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança” (mensagem de Papa Francisco aos movimentos populares reunidos na Bolívia – julho de 2015).


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