05 Dezembro 2025
O governo dinamarquês anunciou um acordo para reduzir em 9.600 toneladas anuais as emissões de nitrogênio provenientes da agricultura, com o objetivo de recuperar os ecossistemas costeiros glaciais marinhos do país. Essas emissões têm origem sobretudo na pecuária intensiva, já que o gado libera nitrogênio por meio das fezes e da urina, que se transformam em amônia e nitratos.
A informação é publicada por RFI, 03-12-2025.
A medida prevê quotas individuais para agricultores a partir de 2027, ajustadas conforme a capacidade dos ambientes aquáticos e esforços de conversão de terras em áreas naturais. Pesquisadores alertam que seriam necessárias 14.800 toneladas de cortes anuais para restaurar plenamente a qualidade da água.
O acordo para reduzir as emissões de nitrogênio provenientes da agricultura tem como objetivo recuperar os ecossistemas marinhos dos fiordes — braços de mar formados em vales glaciais inundados, típicos da Escandinávia, com águas profundas e paredões rochosos.
A Dinamarca, que já havia se destacado ao criar uma taxa de carbono sobre a pecuária, pretende cortar 9.600 toneladas de emissões anuais por meio de um sistema de quotas.
Fezes e urina do gado Essas emissões têm origem principalmente na produção pecuária intensiva: o gado libera nitrogênio por meio das fezes e da urina, que se transformam em amônia e nitratos. Quando usados em excesso como fertilizantes ou acumulados em solos e pastagens, esses compostos são levados pela chuva para rios e mares.
O resultado é a eutrofização — excesso de nutrientes que provoca a desoxigenação da água e a morte de fauna e flora marinhas.
Segundo o instituto estatístico nacional, 61% da superfície dinamarquesa é cultivada, proporção que coloca o país ao lado de Bangladesh como o território com maior uso agrícola.
A Agência de Meio Ambiente da Dinamarca estima que 7.500 km² — cerca de 17% da área do país — sofrem com a desoxigenação das águas. Pesquisadores calculam que seria necessário reduzir 14.800 toneladas anuais de nitrogênio para restaurar a qualidade da água.
Leia mais
- Expansão dos combustíveis fósseis ameaça ecossistemas marinhos, mostra estudo
- Cientistas pedem ações urgentes para salvar os oceanos
- ONU diz que oceanos não devem ser “faroeste da exploração” e critica EUA
- Decisão de Trump sobre mineração submarina acende alerta global
- Trump desafia comunidade internacional e libera mineração em alto-mar
- Mineradora recorre a Trump para “driblar” negociações sobre exploração em alto mar
- ONU reúne 2 mil cientistas para transformar conhecimento em ações políticas para o oceano. Artigo de Germana Barata
- Lula deve participar de conferência da ONU sobre oceanos na França
- O oceano é crucial em nossas vidas e precisa de cuidado
- Impactos das mudanças climáticas nos oceanos
- A proteção dos oceanos começa em nossas casas
- Como o oceano molda o tempo e o clima
- Serviços ecossistêmicos dos oceanos são essenciais para o planeta e a humanidade
- O investimento que precisamos para o oceano que queremos
- “Vamos salvar os oceanos para nos salvarmos”. Entrevista com Jeffrey Sachs
- Pequenas atitudes que podem ajudar na conservação dos oceanos
- Atitudes que você pode tomar para ajudar na proteção dos oceanos
- Atividades humanas impactam cada vez mais os oceanos
- Os oceanos e sua importância para os serviços ambientais. Entrevista especial com Leandra Gonçalves
- Mais da metade dos oceanos do mundo já são afetados pelas mudanças climáticas
- Estudo mostra que a acidificação dos oceanos está causando grande impacto na vida marinha
- Oceanos. Ecossistemas sob ameaça. Revista IHU On-Line, Nº 409