Culto digital mostra sinais de cansaço nos Estados Unidos

Foto: Anna Hecker | Unsplash

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24 Novembro 2025

Medida que se mostrou importante e alternativa após o início da Covid19, as opções digitais, passados cinco anos, começam a mostrar limitações. Pesquisa Barna, nos Estados Unidos, constatou que 40% dos cristãos não frequentariam sua igreja e 32% ficariam “decepcionados” se ela fosse exclusivamente online.

A informação é publicada Edelberto Behs, jornalista. 

As atividades mais apontadas pelos entrevistados a respeito da importância da presença física na igreja, aparecem em primeiro lugar o ministério infantil e o atendimento às necessidades físicas das pessoas, ambos com 72%. Depois vem acolhida de visitantes e apoio emocional, com 71%, seguido do ministério aos idosos, com 70%. No entanto, três em cada dez cristãos acreditam que ouvir ou aprender de um sermão ou mensagem é “praticamente a mesma coisa”, mostrando-se favoráveis às opções online.

No período da Covid, não foram poucos os pastores que alegaram que a “frequência” aos cultos aumentou, e viram na nova modalidade o futuro das pregações, o que não se confirmou. Na avaliação de Thom S. Rainer, fundador da Church Answer, uma organização online de recursos para líderes de igrejas, a adoração digital cansou. O culto online, escreveu para o portal The Christian Post, “tem seu lugar, mas uma tela nunca poderá replicar um santuário”. O culto é corporificado, com vozes se unindo, no ato físico de se reunir, de se encontrar, abraçar.

Ainda tem o problema da distração. Na transmissão online as pessoas se sentem tentadas a verificar e-mails, navegar por sites, assim que o espectador médio online raramente dedica atenção total e ininterrupta a uma pregação virtual. A profundidade do engajamento é fraca. Mas ela tem lugar quando se trata de dar acesso a pessoas que não podem comparecer a um templo, como doentes, confinados, viajantes. “O perigo surge quando as igrejas veem o culto digital como substituto permanente”, alerta Rainer. “O ministério digital amplia o alcance da Igreja, mas não pode substituir o seu núcleo”.

Ele defende que a Igreja não abandone as ferramentas digitais, mas coloque-as em seu lugar: úteis, mas nunca definitivas. Adoração, anúncio, não é apenas conteúdo, é comunidade que não é apenas ouvida, mas também sentida.

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