16 Outubro 2020
A pandemia e o consequente isolamento social afeta diretamente a constância espiritual de jovens estadunidenses, pois as igrejas perderam o contato direto com esse público. Assim, o covid-19 pode acelerar a perda de fé da próxima geração, a não ser que as denominações encontrem novas maneiras de torná-los melhores discípulos.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
A conclusão é dos pesquisadores sêniores do Barma Group, David Kinnaman, presidente da empresa, e de Mark Matlock. “Sabemos que 22% dos jovens hoje são o que chamamos de ‘pródigos’. Eles perderam totalmente a fé”, informou Kinnaman. Em dez anos o grupo dos “pródigos” teve um acréscimo de 11%. “É difícil saber como será daqui a dez anos, mas achamos que vai realmente acelerar esse problema”, agregou o pesquisador.
Os “pródigos” são aqueles que, apesar de terem frequentado uma igreja protestante ou católica quando criança ou adolescente, não a frequentam mais. “Eles disseram que não se identificam mais como cristão, o que é muito sério”, assinalou Matlock, em matéria para o portal The Christian Post.
O dado refere-se à pesquisa realizada pelo Grupo Barma em 2018 que, além dos “pródigos”, identificou outros quatro grupos: os “nômades”, que se identificam como cristãos, mas não frequentam periodicamente a igreja, são os “faltosos”; os “frequentadores habituais”, que se descrevem como cristãos, mas não têm crenças fundamentais; e os “discípulos resilientes”, que são cristãos, frequentam periodicamente a igreja, confiam na palavra da Bíblia, estão comprometidos com Jesus e expressam o desejo de transformar a sociedade como resultado da fé.
A pesquisa, que ouviu 1.514 pessoas de 18 a 29 anos de idade entre 16 a 28 de fevereiro de 2018, detectou que 22% eram “pródigos”, 30% eram “nômades”, 38% eram “frequentadores habituais” e apenas 10% eram “resilientes”.
Os pesquisadores do Barma acreditam que a pandemia tornará a crise de fé ainda pior, ampliando os percentuais encontrados em 2018, a não ser que as igrejas tomem medidas para estancar esse impacto. “Na verdade, acho que veremos um número crescente de pessoas que perderão a conexão com sua comunidade de fé, com seus ritmos e práticas habituais”, assinalou Kannaman.
“A pandemia acelerou a urgência. Eu acredito em tornar discípulos aqueles frequentadores habituais da igreja. Eles vêm às nossas igrejas com uma frequência muito boa, mas não estão realmente fundamentados em sua fé, prática ou crença. Essa é uma oportunidade que temos”, recomendou Matlock.
O Grupo Barma é uma organização privada, apartidária e com fins lucrativos, vinculado à Empres Issachar, com sede em Ventura, Califórnia. Ele existe desde 1984.
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Pandemia retira jovens das igrejas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU