Nova York, Mamdani e Trump já estão em conflito: "Sem verbas para a cidade"

Foto: Abe McNatt | FotosPúblicas

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07 Novembro 2025

O presidente ameaça o novo prefeito, que contrata 200 advogados. A revitalização democrata assusta os republicanos: "Donald é um presidente em fim de mandato".

A reportagem é de Paolo Mastrolilli, publicada por La Repubblica, 07-11-2025.

Trump adverte Mamdani: "Você tem que ser gentil comigo, ou não terá nenhuma chance de sucesso". A nova prefeita da cidade responde que está se preparando para contratar duzentos advogados para defendê-la nos tribunais contra os ataques da Casa Branca. A relação entre Donald e Zohran começa em pé de guerra, e talvez não pudesse ser diferente, não apenas pela distância ideológica que os separa, mas sobretudo porque democratas e republicanos veem os resultados de terça-feira como o início de uma disputa nacional, que pode alterar o equilíbrio de poder em Washington e desencadear o declínio do presidente, já descrito pelo site Politico como "um pato manco".

Em entrevista à Fox News, após acusar Mamdani de querer estabelecer um regime comunista em Nova York, Trump o instou a "trabalhar com o sistema, não contra ele, caso contrário, corre o risco de perder muito". A primeira ameaça é que o presidente retenha o financiamento federal para sua cidade, que chega a US$ 7,4 bilhões por ano. Não é muito, cerca de 6% de um orçamento de mais de US$ 166 bilhões, mas coincidentemente o mesmo valor estimado para os principais programas sociais do prefeito, como ônibus e creches gratuitas. Seu rival socialista poderia recuperar esses dólares tributando ainda mais indivíduos ricos como Donald Trump, que mudou sua residência, ou seus amigos que permaneceram na cidade. A segunda ameaça é enviar os militares às ruas para impor a ordem, como já aconteceu em Los Angeles, apesar dos índices de criminalidade estarem em constante declínio após o aumento de casos de Covid e de Zohran ter prometido reconduzir a atual chefe de polícia, Jessica Tisch, considerada competente e confiável até mesmo pelos republicanos.

Mamdani respondeu a Trump por meio do New York Times, deixando de lado o tom conciliatório de sua campanha para afirmar que recebeu um mandato dos eleitores e pretende implementá-lo desde o primeiro dia. Ele formou uma equipe de transição composta exclusivamente por mulheres: Elana Leopold como diretora executiva, Maria Torres-Springer, Grace Bonilla, Melanie Hartzog e Lina Khan, ex-presidente da Comissão Federal de Comércio durante o governo Biden. Seu site incentiva o envio de currículos de qualquer pessoa interessada em trabalhar no novo governo. Mamdani disse estar "pronto para trabalhar com Trump em questões importantes para os moradores da cidade, como o custo de vida, mas se ele os atacar por quem são ou como vivem, eu os defenderei com unhas e dentes". O presidente, segundo o New York Times, o difama publicamente, mas em particular o considera "astuto e um ótimo orador". Até Wall Street está mudando de opinião, e grandes nomes do mercado financeiro, como Bill Ackman e o poderoso Jamie Dimon, do JP Morgan, estão se oferecendo para colaborar.

O desafio, porém, não é apenas pessoal, nem local. De acordo com uma análise dos fluxos eleitorais, os vencedores das eleições para governador da Virgínia e de Nova Jersey, Spanberger e Sherrill, conquistaram 7% dos votos dos republicanos que votaram em Trump em 2024, especialmente entre minorias, jovens e famílias suburbanas. Se essa tendência se repetir em nível nacional nas eleições de meio de mandato do ano que vem, os democratas acreditam que podem recuperar a maioria não só na Câmara, mas também no Senado, visando cadeiras republicanas como as de Iowa, Alasca e Ohio. Eles podem estar exagerando, impulsionados pelo entusiasmo, mas o Politico relata que vários republicanos já consideram Trump um presidente em fim de mandato e estão pensando em como se reposicionar para a eleição presidencial de 2028.

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