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Igualdade adiada: quando os aplausos substituem a mudança. Artigo de José Carlos Enríquez Díaz

Foto: Vatican Media

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31 Outubro 2025

"A igualdade não se baseia na comparação, mas na justiça. E a justiça, nesse caso, exige repensar o ministério, a autoridade e o poder na Igreja, para que ninguém seja excluído por causa do seu gênero. A Igreja não poderá falar de comunhão enquanto mantém uma hierarquia que coloca alguns acima de outros, nem pode falar de fraternidade enquanto metade dos seus membros é privada de voz e poder de decisão. Nem pode falar de serviço enquanto o que pratica é dominação."

O artigo é de José Carlos Enríquez Díaz, teólogo, publicado por Ataque al poder, 28-10-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo. 

A recente afirmação do Papa Leão XIV, "As mulheres são melhores que os homens", além de ser um claro exemplo de "mulherismo", soa como demagogia barata. Não só banaliza uma questão fundamental tão séria como a igualdade dentro da Igreja, como também subestima a inteligência do povo que crê, tratando-nos, mais uma vez, como se fôssemos crianças ingênuas incapazes de discernimento.

É o mesmo tom paternalista que caracterizou o discurso clerical há séculos: uma linguagem repleta de frases agradáveis e superficiais que busca amenizar as tensões reais sem oferecer respostas concretas. Quando o Papa recorre a esse tipo de exemplo, parece estar se dirigindo não a uma comunidade de fé adulta, mas a um rebanho dócil que só pode ser apaziguado com palavras afetuosas. E essa maneira de falar, mais do que pastoral, é profundamente infantil.

A Igreja, ao longo de sua história, tem usado esse mesmo tom com seus fiéis: um tom protetor, porém condescendente, que transforma os crentes em menores de idade espirituais. Essa atitude, profundamente enraizada no clericalismo, mantém uma distância entre aqueles que "sabem" e aqueles que "obedecem", entre aqueles que comandam e aqueles que escutam. Esse tipo de discurso perpetua uma cultura da obediência emocional, onde o aplauso substitui a reflexão e onde a ternura se confunde com a submissão. O Papa pode dizer uma frase agradável e o público responde com entusiasmo, sem perceber que por trás da adulação esconde-se uma negação fundamental: a verdadeira igualdade ainda está por vir.

No recente encontro do Papa com as equipes sinodais, surgiu uma pergunta direta vinda da Europa: que esperanças as mulheres podem ter em uma Igreja sinodal? Existe realmente uma mudança cultural que conduza à plena igualdade entre homens e mulheres dentro da Igreja? A resposta do Papa, longe de esclarecer a questão, revelou uma visão ainda presa ao clericalismo e à superficialidade simbólica de determinados gestos. O primeiro exemplo que trouxe foi o de sua mãe, que, ele conta, quando perguntada se queria ser como os homens, respondeu: "Claro que não, porque nós, mulheres, somos melhores". O público aplaudiu, celebrando a resposta como se contivesse uma grande verdade.

Mas por trás dessa anedota esconde-se uma profunda confusão. Essa frase, embora soe lisonjeira, não aborda o problema subjacente: a desigualdade estrutural que continua a existir dentro da Igreja. Não se trata de as mulheres serem "melhores" ou "piores" que os homens; trata-se de não serem iguais em direitos, responsabilidades ou acesso aos ministérios. O problema não se resolve com frases engenhosas ou aplausos, mas com decisões que transformem a realidade eclesial, e esse passo ainda precisa ser realizado. O segundo exemplo do Papa referiu-se a uma congregação religiosa no Peru que atua em uma área onde não há padres. Essas mulheres, por necessidade pastoral, foram autorizadas a batizar, realizar casamentos e desempenhar muitas funções ministeriais. O Papa as elogiou, afirmando que muitos sacerdotes deveriam aprender com elas. Mas a questão fundamental permanece: essas mulheres exercem seu ministério porque não há homens disponíveis ou porque têm pleno direito de fazê-lo por serem membros do Povo de Deus? A resposta é evidente. Elas são autorizadas "na ausência" dos sacerdotes, não "em pé de igualdade" com eles. Seu trabalho é tolerado como suplência, não como resultado de reconhecimento.

Aqui reside a grande incoerência: enquanto a dedicação e a coragem dessas mulheres são elogiadas, o sistema que as marginaliza permanece intacto. Elas são elogiadas por "fazer o que os sacerdotes não fazem", mas sem que se altere o princípio que as impede de também serem sacerdotes ou de exercerem ministérios em seu próprio nome. Isso perpetua uma estrutura piramidal na qual poucos homens ordenados ocupam as posições mais altas, enquanto o restante — mulheres e leigos — ocupa uma posição secundária, subordinada e dependente de permissões e exceções.

Contudo, as origens do cristianismo foram muito diferentes. Como aponta o teólogo Xabier Pikaza, as primeiras comunidades cristãs eram fraternas, horizontais e igualitárias, onde cada pessoa contribuía de acordo com seu próprio carisma. Não havia um "sacerdócio clerical" separado do resto, nem paramentos que marcassem a diferença entre uns e outros. Jesus não estabeleceu uma hierarquia piramidal de poder, mas uma comunidade baseada na fraternidade e no serviço mútuo. O modelo clerical que domina a Igreja hoje não provém do Evangelho, mas de uma evolução histórica que acabou por sacralizar a desigualdade e por dividir o corpo eclesial entre "os que mandam" e "os que obedecem".

Aqui, torna-se necessário um olhar mais aprofundado sobre a estrutura clerical da Igreja e o significado do clericalismo. O clericalismo, como bem explicou José María Castillo, não é simplesmente uma questão de atitudes pessoais ou privilégios, mas uma estrutura de poder enraizada no coração da Igreja. Castillo denunciou veementemente que "a Igreja transformou o serviço em poder e a autoridade evangélica em dominação institucional". Segundo ele, o clericalismo consiste em acreditar que a graça e a verdade são canalizadas exclusivamente por meio do clero, deixando o restante do Povo de Deus em um estado de dependência espiritual e prática. Nessa visão, o sacerdote torna-se um mediador indispensável entre Deus e os fiéis, o que contradiz diretamente a mensagem evangélica de Jesus, que proclamou que somos todos irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai. Essa estrutura clerical é piramidal e excludente, pois concentra a autoridade nos ordenados e reduz o restante a um papel passivo ou secundário. Em vez de comunidades nas quais todos os batizados participam, decidem e celebram, a Igreja hoje mantém uma clara divisão entre "consagrados" e "profanos". A teologia de Castillo insiste que essa separação não só carece de fundamento no Evangelho, como trai sua essência, pois substitui a fé compartilhada pela obediência à autoridade. "O clericalismo", dizia ele, "é a doença mais grave da Igreja", porque transformou o poder em uma forma de espiritualidade e distorceu o significado do serviço.

Também o teólogo e psicanalista alemão Eugen Drewermann criticou duramente essa mesma lógica. Segundo ele, a estrutura clerical não apenas oprime mulheres e leigos, mas também desumaniza o próprio clero, transformando os sacerdotes em meros funcionários do culto, prisioneiros de uma instituição que os força a esconder sua humanidade e liberdade interior. Drewermann argumentava que o sistema eclesiástico transforma o Evangelho em um mecanismo hierárquico de controle, que promove o sentimento de culpa, a obediência e a submissão, em vez da liberdade e compaixão pregadas por Jesus.

Diante dessa estrutura hierárquica, a teologia dos carismas oferece uma alternativa profundamente evangélica. Em suas cartas, Paulo recordava que o Espírito distribui diferentes dons na comunidade, não para criar hierarquias, mas para construir a unidade a partir da diversidade. Nas primeiras comunidades cristãs, os ministérios não eram atribuídos com base em posição ou gênero, mas sim na manifestação do Espírito em cada pessoa. Portanto, profetizar, ensinar, curar ou servir eram expressões distintas de um mesmo corpo, no qual ninguém estava acima dos outros. A Igreja carismática era, portanto, uma comunidade dinâmica, aberta e participativa, na qual todos podiam contribuir de acordo com o dom recebido. Recuperar essa visão seria o primeiro passo rumo a uma autêntica igualdade eclesial.

O clericalismo, porém, esmagou essa riqueza. Transformou os carismas em cargos, os serviços em funções e os dons do Espírito em títulos de poder. Dessa forma, o Espírito foi substituído pela hierarquia e a liberdade do batismo pela obediência à ordem sagrada. As mulheres, que desempenhavam papéis fundamentais nas primeiras comunidades — como profetisas, professoras, líderes de igrejas domésticas ou diaconisas — foram gradualmente apagadas da vida eclesiástica pública. A história subsequente está repleta de injustiças: da perseguição de místicas e teólogas à exclusão sistemática de suas vozes em concílios e órgãos decisórios. A Igreja, que prega a igualdade de todos perante Deus, marginalizou durante séculos metade de seu povo, reduzindo-os ao silêncio ou ao serviço subordinado.

Portanto, falar hoje de igualdade sem recuperar a dimensão carismática do cristianismo é incoerente. Somente uma Igreja guiada pelos dons do Espírito, e não pelo peso das hierarquias, pode prestar justiça às mulheres e retornar às raízes do Evangelho. A afirmação do Papa — "nós, mulheres, somos melhores" — não é apenas insuficiente, mas perigosa. Porque esconde, sob uma aparência de elogio, uma profunda injustiça. As mulheres não precisam ser "melhores" para serem reconhecidas, nem querem ser "como os homens"; o que elas pedem é a igualdade de direitos e responsabilidades.

A igualdade não se baseia na comparação, mas na justiça. E a justiça, nesse caso, exige repensar o ministério, a autoridade e o poder na Igreja, para que ninguém seja excluído por causa do seu gênero. A Igreja não poderá falar de comunhão enquanto mantém uma hierarquia que coloca alguns acima de outros, nem pode falar de fraternidade enquanto metade dos seus membros é privada de voz e poder de decisão. Nem pode falar de serviço enquanto o que pratica é dominação.

Porque a igualdade não é pregada, é praticada, e enquanto não for praticada, qualquer aplauso, por mais bem-intencionado que seja, continuará sendo uma cortina de fumaça que esconde uma verdade incômoda: a Igreja ainda tem uma dívida pendente com as mulheres, e essa dívida só será paga quando os muros do clericalismo forem derrubados e a comunidade cristã for reconstruída para se tornar o que sempre foi destinada a ser: uma fraternidade de iguais, guiada pelo Espírito, e não uma pirâmide de poder.

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