25 Outubro 2025
Descrito no Astronomical Journal. Possui atmosfera e temperatura adequadas para suportar água líquida. Orbita uma estrela anã vermelha e tem um ano de 54 dias. Os descobridores: "Nossa melhor chance de encontrar vida no espaço."
A informação é de Elena Dusi, publicada por La Repubblica, 24-10-2025.
“É a nossa melhor chance de encontrar vida fora da Terra”, diz Suvrath Mahadevan, professor de astronomia na Universidade Penn, descrevendo o planeta GJ 251 C, localizado a uma “distância acessível” de 18,2 anos-luz na direção da constelação de Gêmeos.
Quatro vezes o planeta Terra
Descrito como uma "super-Terra" devido ao seu tamanho (quatro vezes a massa do nosso planeta), o GJ 251 C é feito de rocha e possui muitas das características necessárias para abrigar vida. "Ele está localizado na chamada zona Cachinhos Dourados. Está à distância ideal de sua estrela para ter água líquida e atmosfera", explica Mahadevan.
Os planetas “Cachinhos Dourados”
Pelo termo "zona Cachinhos Dourados", os astrônomos se referem a uma distância entre um planeta e sua estrela que não é nem muito pequena nem muito grande, com o planeta exposto a uma radiação nem muito fraca nem muito intensa. A expressão tem origem na fábula "Cachinhos Dourados e os Três Ursos", na qual o protagonista, diante de escolhas, sempre prefere soluções intermediárias e descarta extremos.
Localizador de Planetas da Zona Habitável
A busca por planetas "Cachinhos Dourados" é a missão do Observatório McDonald, no Texas, que possui um instrumento chamado Habitable Zone Planet Finder, dedicado a analisar planetas orbitando estrelas diferentes do Sol (os chamados exoplanetas) em áreas próximas à Terra. "Procuramos mundos que estejam à distância certa de suas estrelas para que água líquida possa existir em suas superfícies", explica Mahadevan.
Um ano em 54 dias
Em 2020, astrônomos já haviam descoberto um planeta orbitando a estrela GJ 251 (uma anã vermelha com um terço do tamanho do Sol, mais fraca, porém mais turbulenta que a nossa estrela) e o batizaram de GJ 251 B. Sua órbita muito estreita faz com que tenha um ano curto (o planeta completa uma órbita ao redor da estrela em 14 dias). Se estivéssemos dentro do sistema solar, GJ 251 B estaria ainda mais próximo do Sol do que Mercúrio. O planeta recém-descoberto, descrito em um artigo no Astronomical Journal, tem uma órbita mais distante e completa sua revolução em 54 dias.
O problema dos telescópios
Para determinar se o planeta recém-descoberto contém moléculas compatíveis com a vida em sua atmosfera, os telescópios atuais são insuficientes. Teremos que aguardar a próxima geração de instrumentos com espelhos de pelo menos 30 metros de diâmetro. Um deles é o ELT (Telescópio Extremamente Grande), em construção no deserto do Atacama, no Chile. Gerenciado pelo Observatório Europeu do Sul, do qual a Itália é membro, terá um diâmetro de 39 metros. Em risco, no entanto, está o projeto americano liderado pela Universidade da Califórnia, que planejava construir um instrumento de 30 metros no Havaí. O observatório corre o risco de ser vítima de protestos de comunidades indígenas locais e dos cortes científicos do governo Trump.
As chuvas de rubis e safiras
O primeiro exoplaneta foi descoberto em 1995. Hoje, 6 mil foram observados. Muitos, no entanto, são muito distantes e difíceis de estudar. Alguns são feitos de gás, outros orbitam sua estrela em menos de um dia. Alguns têm nuvens feitas de quartzo ou chuva à base de silício, em grãos semelhantes à nossa areia. WASP-121 B, com sua temperatura de 3.200 graus e seu ano durando apenas 30 horas, é talvez um dos mais extremos. Suas nuvens metálicas de ferro, vanádio, magnésio e cromo dão origem a chuvas de rubis e safiras.
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