25 Agosto 2025
Com nova investida, o presidente negacionista anulou quase US$ 19 bilhões em projetos de energias renováveis nos Estados Unidos.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 25-08-2025.
Os ataques de Donald Trump ao setor de energias renováveis têm um novo capítulo. Dessa vez, o negacionista ordenou a paralisação de um parque eólico offshore em fase final de construção no estado de Rhode Island. Responsável pelo empreendimento, a gigante dinamarquesa Orsted disse avaliar as opções e não descarta uma judicialização para liberar as obras.
O parque eólico “Revolution Wind” está 80% pronto e programado para ser concluído em 2026. Quando concluído, ele terá potencial para abastecer cerca de 350 mil residências nos estados norte-americanos de Rhode Island e Connecticut. Como Bloomberg, NPR e NY Times ressaltaram, a paralisação afeta não apenas a conclusão do projeto, mas também as finanças da Orsted, que já sofre com perdas decorrentes da hostilidade do governo Trump com a geração eólica.
Segundo o Escritório de Gestão de Energia Oceânica (BOEM), o governo norte-americano revisará o projeto, apesar da gestão do ex-presidente Joe Biden (2021-2025) ter concedido todas as permissões relacionadas ao empreendimento. O governo Trump também argumentou que precisa “abordar as preocupações relacionadas à proteção dos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos” – sem citar quais seriam essas preocupações, como bem assinalou a Associated Press.
A Reuters destacou a manifestação da Associação Nacional das Indústrias de Energia Oceânica dos EUA, que classificou a interrupção das obras de um projeto energético quase concluído como um risco a empregos e investimentos. Mas não é um problema isolado: como o Financial Times assinalou, a Casa Branca já impôs quase US$20 bilhões em prejuízos à indústria eólica com a suspensão de projetos em construção nos últimos meses.
Para Kit Kennedy, diretor-gerente da divisão de energia do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, “todos os americanos estão pagando o preço por essas decisões equivocadas”. No entanto, as mudanças climáticas não se restringem aos limites dos países, então é justo corrigir Kennedy e afirmar que toda a população mundial também paga esse pato climático.
A decisão de Trump também foi noticiada por Axios, CNBC e The Hill.