12 Agosto 2025
A população cristã, embora ainda seja o grupo religioso mais difundido geograficamente, está diminuindo em escala global, enquanto os sem religião crescem. No Reino Unido, Austrália, França e Uruguai cristãos não constituem mais a maior parcela populacional.
A reportagem é de Edelberto Behs.
A pesquisa é Pew Research Center, que levou em conta dados de 2010 a 2020, analisando as taxas de mudança religiosa em 117 países, referente a 92% da população mundial em 2010. Budistas também diminuíram, enquanto muçulmanos aumentaram e hindus permaneceram estáveis.
No Uruguai, 52% de sua população dizia-se sem religião em 2020 e apenas 44% se identificaram como cristãs. No Reino Unido, na Austrália e na França nenhum grupo religioso detinha a maioria.
Em 2020, os cristãos constituíam 29% da população global, mas eram maioria em 60% dos países. Já os hindus, que representavam 15% da população mundial, eram maioria em apenas dois países: Índia e Nepal. Muçulmanos eram maioria em 53 países e budistas em sete.
Vários fatores contribuem na causa da mudança de tamanho dos grupos analisados. Eles vão desde variáveis demográficas, como estrutura etária, expectativa de vida, até o processo migratório e abandono da crença. A importância de cada fator varia de acordo com a religião.
A “desfiliação religiosa” é a variável que mais está presente na queda do número de cristão e que migram para o grupo dos “sem religião”. Budistas sofrem com a baixa taxa de fecundidade, com 1,6 filho por mulher. Já os muçulmanos apresentam a maior taxa, com uma média de 3,1 filhos por mulher; em seguida vem os cristãos, com 2,7 filhos. Judeus tinham, no período, a maior expectativa de vida do mundo e a maior proporção de adultos mais velhos: 33% tinham 50 anos ou mais no período pesquisado.
Para cada 100 adultos na faixa etária de 18 a 54 anos que foram criados como cristãos, a pesquisa constatou uma perda de 11,6 pessoas (17,1 a abandonaram e 5,5 aderiram). Budistas perderam 9,8 pessoas para cada grupo de 100 (22,1 abandonaram a religião e 12,3 aderiram).
Entre 2010 e 2020, o número de pessoas que estavam vivendo fora do seu país de nascimento aumentou em mais de 50 milhões. São pessoas que fugiram da guerra, da seca, da instabilidade política e os que foram em busca de melhores condições de vida.