Crianças nascidas em 2020 enfrentarão 7 vezes mais ondas de calor que as de 1960

Foto: Piyaset | Canva

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09 Junho 2025

Os efeitos da crise climática nessa fase crucial do desenvolvimento podem comprometer permanentemente capacidades físicas, cognitivas e emocionais.

A informação é publicada por ClimaInfo, 08-06-2025.

Crianças brasileiras nascidas em 2020 enfrentarão, ao longo de suas vidas, 6,8 vezes mais ondas de calor e 2,8 vezes mais inundações e perdas agrícolas do que as nascidas em 1960. Os dados alarmantes são do relatório A Primeira Infância no Centro da Crise Climática, divulgado nesta 5ª feira (5/5) pelo Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), com base em informações do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz. O estudo revela que eventos climáticos extremos no Brasil aumentaram drasticamente, passando de 1.779 registros em 2015 para 6.772 em 2023, colocando as novas gerações em risco crescente.

As crianças de até 6 anos, que representam 18,1 milhões de brasileiros (8,9% da população), são as mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. Segundo a pesquisa, essa faixa etária sofre consequências diretas em saúde, nutrição, oportunidades de aprendizado e segurança. Márcia Castro, coordenadora do estudo e chefe do Departamento de Saúde Global de Harvard, alerta que, desde o nascimento, essas crianças já estão expostas a ondas de calor e poluição, mas a intensidade dos danos dependerá das ações globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Os efeitos da crise climática nessa fase crucial do desenvolvimento podem comprometer permanentemente capacidades físicas, cognitivas e emocionais. O relatório aponta riscos como maior exposição a doenças, déficit no desenvolvimento acadêmico, instabilidade econômica, insegurança alimentar e deslocamentos forçados. A situação se agrava para crianças em vulnerabilidade social: 37,4% das brasileiras até 4 anos vivem em insegurança alimentar, sendo que 5% já apresentam desnutrição crônica.

Casos como o das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 ilustram o drama vivido por essa população. Na ocasião, 580 mil pessoas foram desalojadas, incluindo mais de 3.930 crianças de até 5 anos levadas para abrigos públicos. O estudo reforça a necessidade urgente de políticas públicas que priorizem a proteção da primeira infância na agenda climática, sob pena de condenar as novas gerações a um futuro de crises cada vez mais frequentes e severas. O Estadão detalha os motivos apresentados pelo relatório para o contexto preocupante para os pequenos.

Isto É DinheiroIsto ÉJornal do CommercioEstadão e Agência Brasil, entre outros, repercutiram o estudo.

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