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29 Mai 2025

“Senti como se tivesse perdido a cabeça. Não conseguia falar. Era como se eu estivesse em outro mundo, um mundo do qual não conseguia sair”, assim uma jovem mulher de 22 anos começa a descrever as semanas que passou nas mãos de seus estupradores. Ela tem um corpo delgado e os olhos atentos.

A reportagem é de Francesca Mannocchi, publicada por La Stampa, 28-05-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Decide que o nome que usará em sua entrevista será Amina. Esconde o seu, assim como esconde o peso dos danos que sofreu. Seria demais a vergonha que pesaria sobre sua família, demais o peso da vergonha. Ela está sentada em uma clínica em Adré (Chade), até dois anos atrás um pequeno centro de trânsito entre o Chade e o Sudão, e hoje um refúgio para 250.000 sudaneses. À sua frente está a psicóloga de Médicos Sem Fronteiras que a acompanha, que cuida dela desde que Amina pediu ajuda no portão.

Ela fez isso como centenas de mulheres aprenderam a fazer nos últimos anos. Segurando uma pedra em suas mãos. O código para informar aos que cuidam do portão que se trata de uma vítima de abusos.

Quando a guerra começou, Amina vivia em Cartum. Ela foi levada por um grupo de combatentes das Forças de Apoio Rápido no final de 2023, seis meses após o início dos combates. Eles a levaram para uma casa abandonada, onde ela permaneceu por dois meses. Oito semanas em que foi repetidamente estuprada em grupo. Com ela, havia outras sessenta mulheres. Estupradas como ela e, como ela, espancadas toda vez que tentavam escapar.

Amina tentou em vão três vezes antes de conseguir. Naqueles dois meses, ela viu os combatentes da Rsf estuprarem meninas de 14 e 15 anos na frente de todas elas. “Muitas delas morreram e algumas não conseguiram mais ficar de pé”, ela viu matar aquelas que se rebelaram, aquelas que gritavam demais enquanto tentavam escapar dos torturadores. Tudo o que ela lembra do dia em que conseguiu escapar é de correr sem forças. O medo de ser pega de volta. O terror de ser estuprada novamente.

Hoje ela vive no campo de Adré. Não consegue esquecer. Não consegue mais dormir.

O estupro como arma de guerra

Entrando em seu terceiro ano, o conflito no Sudão continua a infligir danos devastadores aos civis. A guerra civil entre as Forças de Apoio Rápido e as Forças Armadas do Sudão eclodiu em abril de 2023 e até agora deixou dezenas de milhares de mortos e 11 milhões de deslocados. Ambas as forças lideraram a destituição do presidente Omar al-Bashir em 2019. Dois anos depois, em 2021, se uniram novamente para remover um governo de transição e se separaram em abril de 2023, desencadeando a atual guerra civil. Embora o exército tenha reconquistado a capital, Cartum, em março, o país continua essencialmente dividido em dois, e ambos os lados do conflito cometeram graves violações do direito humanitário internacional, inclusive a violência sexual sistemática contra mulheres e garotas. Em abril passado, um relatório de um grupo de especialistas da ONU denunciou ataques sistemáticos contra as mulheres, violências sexuais usadas como arma de guerra, sequestros de mulheres e crianças até mesmo nos campos de refugiados, execuções, violências - em grande parte atribuída às Forças de Apoio Rápido - refletindo uma campanha brutal às custas dos mais vulneráveis.

Pouco antes, a Anistia Internacional também havia divulgado um relatório sobre as violências sexuais na guerra do Sudão, intitulado “Estupraram todas nós”. O relatório descreveu o uso repetido da violência sexual pelas Forças de Apoio Rápido para humilhar a população e afirmar o controle sobre o território: “Os ataques das Forças de Apoio Rápido contra mulheres e garotas são repugnantes, vergonhosos e têm como objetivo infligir a máxima humilhação”, declarou Deprose Muchena, diretor regional da Anistia Internacional para a África Oriental e do Sul. “As Forças de Apoio Rápido têm como alvo civis, especialmente mulheres e garotas, infligindo crueldades inimagináveis durante essa guerra”. Em Nyala, no Sul de Darfur, soldados da Rsf amarraram uma mulher em uma árvore e, em seguida, um deles a estuprou diante dos olhos de todos os deslocados.

Em Wad Madani, no estado de Al Jazirah, três combatentes estupraram uma mulher na frente de sua filha de 12 anos e de sua cunhada. Muitas vítimas declararam que os soldados da RSF as estupraram porque suspeitavam que tivessem vínculos com as Forças Armadas do Sudão. Os profissionais de saúde afirmaram que as tropas da RSF as estupravam quando não conseguiam salvar os soldados feridos, uma delas foi uma mulher sequestrada em Cartum do Norte, forçada a tratar de homens gravemente feridos e depois estuprada em grupo por 13 milicianos. Os mesmos testemunhos trágicos são apresentados no relatório da organização Médicos Sem Fronteiras, publicado esta manhã.

A violência sexual, segundo o relatório, tornou-se tão disseminada no Darfur que muitas pessoas a consideram algo inevitável: “Eles vinham à noite para estuprar as mulheres e levar tudo, inclusive os animais. Os homens se escondiam nos banheiros ou em alguns cômodos que podiam fechar, como meu marido e meus irmãos, caso contrário seriam mortos. As mulheres não se escondiam porque para nós eram apenas espancamentos e estupros, mas os homens eram mortos”, contou uma mulher de 27 anos à equipe de Msf

no Darfur Ocidental. Os números que o relatório apresenta são aterradores: entre janeiro de 2024 e março de 2025, a equipe de Médicos Sem Fronteiras prestou assistência a 659 sobreviventes de violências sexuais no Darfur, 86% relataram ter sofrido um estupro, 31% tinham menos de 18 anos, 29% eram adolescentes (entre 10 e 19 anos), 7% tinham menos de 10 anos e 2,6% tinham menos de 5 anos. Essas estatísticas preocupantes provavelmente são uma subestimação da verdadeira extensão da violência sexual no Darfur do Sul. Um homem disse à equipe de Msf em Murnei, no Darfur Ocidental: “Há três meses, uma menina de 13 anos foi estuprada por três homens. Eles a capturaram e estupraram, depois a abandonaram no vale. Chamaram algumas pessoas para levá-la ao hospital. Eu era uma delas. E ela era apenas uma criança”.

“Minha família disse para não contar a ninguém” - refugiada de 27 anos entrevistada em Tine, no leste do Chade

“Perdi minha mãe durante a guerra. Um dia, em junho de 2024, eu estava do lado de fora da minha casa em El Fasher. Quando voltei, uma bomba havia caído sobre a casa. Minha mãe era a única pessoa que estava lá dentro. Tentei levá-la ao hospital, mas ela morreu antes de chegarmos. Depois disso, fiquei em El Fasher, mas meu pai também morreu. Saí de El Fasher há 33 dias, em busca de um lugar seguro. Saímos de carro. No caminho, fomos parados por um grupo da RSF e eles me estupraram. Agora preciso de proteção, não quero ser estuprada novamente. Não posso dizer nada à comunidade porque seria vergonhoso para minha família. Portanto, até hoje não disse nada sobre o que aconteceu comigo. Agora só peço assistência médica. Eu estava com muito medo de ir ao hospital. Minha família me disse: “Não conte a ninguém”.

“Nos campos e nas casas nunca estou em segurança”

Claire San Filippo, coordenadora das emergências de MSF “Mulheres e meninas não se sentem seguras em lugar algum. São agredidas em suas casas, enquanto fogem da violência, enquanto procuram por comida, coletam lenha, trabalham nos campos. Elas nos contam que se sentem numa armadilha. Essas agressões são hediondas e cruéis, muitas vezes perpetrados por mais de uma pessoa. Isso precisa acabar. A violência sexual não é uma consequência natural ou inevitável da guerra, pode constituir um crime de guerra, uma forma de tortura e um crime contra a humanidade. As partes envolvidas no conflito devem levar seus combatentes à justiça e proteger as pessoas contra essa violência repugnante. Os serviços para as vítimas devem ser imediatamente reforçados para que elas tenham acesso aos cuidados médicos e à assistência psicológica de que tão desesperadamente necessitam”.

Um horror que dura há 20 anos iniciado com as milícias Janjaweed. Desde 2003, o estupro tem sido uma verdadeira arma de guerra nas mãos das milícias árabes contratadas pelo governo sudanês para combater os rebeldes. Faz parte de uma estratégia que visa ao genocídio e à limpeza étnica das populações negras de Darfur. Principalmente provenientes das tribos árabes nômades do oeste do Sudão, as milícias Janjaweed participaram ao lado do exército do genocídio em Darfur desde 2003. Em seguida, serviram como uma reserva de recrutamento para a RSF, formada em 2013 pelo ex-presidente Omar Al-Bashir para servir como sua Guarda Pretoriana, liderada pelo general Mohamed Hamdan Dagalo. Durante esse conflito, que causou mais de 300.000 vidas, o estupro foi utilizado como arma de guerra contra as comunidades não árabes da região. Vinte anos depois, com a eclosão da guerra entre os dois exércitos do Sudão, as milícias do Darfur foram mobilizadas em todas as linhas do front.

Leia mais

  • Estupros de guerra
  • O que revelam os estupros de guerra. Artigo de Dacia Maraini
  • “A guerra é sempre sobre o corpo das mulheres.” Entrevista com Marta Sanz
  • Sudão: mulheres na guerra e a guerra contra as mulheres. Artigo de Raga Makawi
  • Estupros e violência sexual usados como armas de guerra. Artigo de Lucetta Scaraffia
  • Dois anos de guerra no Sudão: milhões de pessoas vivem uma das maiores crises humanitárias do mundo
  • Guerra no Sudão faz 2 anos em cenário cada vez mais complexo
  • Guerra no Sudão: Por que tanta indiferença?
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  • Médicos Sem Fronteiras: relatório revela o impacto catastrófico da guerra no Sudão

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