11 Mai 2025
"Ao ouvir o Evangelho lido em milhares de templos do mundo (João, 10, 27-30), não consigo desligar a imagem masculina do Bom Pastor - "as minhas ovelhas conhecem a minha voz e eu as conheço" - da figura da mãe: aquela que arca e cerca, cuida, ama de um amor eterno, dá a vida por suas ovelhinhas (como ficamos desgarrados e tristes quando elas nos faltam! Hoje é dia de reconhecimento e saudade)", escreve Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ, ao comentar o Evangelho lido nesse domingo.
Esse 4º Domingo da Páscoa é, no Brasil e em alguns outros países, o Dia das Mães. Entre nós, desde 1932, por decreto de Getúlio Vargas.
Ao ouvir o Evangelho lido em milhares de templos do mundo (João, 10, 27-30), não consigo desligar a imagem masculina do Bom Pastor - "as minhas ovelhas conhecem a minha voz e eu as conheço" - da figura da mãe: aquela que arca e cerca, cuida, ama de um amor eterno, dá a vida por suas ovelhinhas (como ficamos desgarrados e tristes quando elas nos faltam! Hoje é dia de reconhecimento e saudade).
Jesus sempre ia na contramão. Para enfrentar a descrença dos seus interlocutores e afirmar sua missão, refere-se a si mesmo como um pastor de ovelhas, a categoria social mais desprezada na sociedade da época - os mesmos "desqualificados" que tinham testemunhado seu nascimento sem-teto, numa estrebaria de Belém, naquela noite feliz.
O que redime e eleva, reiterou Francisco, não é posição social e sucesso, mas solidariedade e serviço.
Leão XIV também se anuncia pastor para conduzir a fé cristã como contraponto ao fascínio "pela tecnologia, pelo dinheiro e pelo poder". Passando pelo "vale das sombras da morte para chegar a pastagens verdejantes", como canta o salmista.
Vida é caminhada. Deus é Pai e Mãe, é Amor. Quem chega a esta comunhão e unidade - também com a Natureza - nunca será arrebatado dela, pois alcançou fragmentos do Absoluto no aqui e agora, o infinito na precariedade.
Mãe, no seu carinho, é pastora, sabe e vive isso mais que todo mundo. "Mãe não tem limite/ é tempo sem hora/ luz que não apaga/ quando bate o vento/ e chuva desaba" (Carlos Drummond - "Para sempre").
Sejamos, tod@s, pastores (guias) em busca do Bem Comum e do tempo da delicadeza!