29 Março 2025
No texto a seguir, o teólogo Faustino Teixeira, colaborador do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, traz uma novidade para os leitores: a coluna Vozes de Emaús, que passará a ser publicada semanalmente em nosso site.
Neste mês de março de 2025, damos início a uma nova coluna no IHU, destinada a apresentar as Vozes de Emaús. Trata-se de um espaço específico onde membros do grupo de Emaús poderão manifestar, de forma breve, opiniões, reflexões livres, posicionamentos particulares a respeito de eixos fundamentais que sempre marcaram a caminhada de um grupo que nasceu em 1974, na sequência da libertação dos frades dominicanos, Betto, Ivo e Fernando.
Trata-se de uma história longa e que em seu processo contribuiu de forma singular para o nascimento de iniciativas importantes de movimentos sociais e pastorais de uma igreja libertadora, ou também fortalecimentos de iniciativas que estavam em curso. Podemos elencar algumas delas: CESEEP (Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização e Educação Popular); CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos); Movimento Fé e Política; Curso de Verão (CESEEP).
O grupo também teve um papel importante na edição da Coleção Teologia da Libertação, que foi publicada pela Editora Vozes. Pode-se ainda lembrar a presença de assessoria de vários membros do Grupo aos Encontros Intereclesiais de CEBs, bem como às igrejas particulares que levavam à frente um projeto libertador.
O grupo começou de forma singela, com poucos participantes, com o intuito de articular a reflexão teológico-pastoral com o compromisso em favor da causa dos pobres e do movimento libertador. O grupo convidou outras pessoas – homens e mulheres, também de Igrejas Evangélicas, a se incorporarem a ele. Como indicou com clareza Leonardo Boff, trata-se de uma “comunidade de destino, onde prática, reflexão e oração estão ligadas”.
Tudo isso vem explicado de forma pormenorizada em três cadernos IHU Ideias, com entrevistas de membros do grupo. São os cadernos de números 334, 336 e 342, todos em 2022. Ainda sobre o grupo foi realizada uma entrevista com José Oscar Beozzo, em 2022, feita por Patricia Fachin, que está em vias de publicação.
Com a Coluna Vozes de Emaús, o IHU pretende oferecer aos leitores os passos de reflexão de membros do grupo de Emaús, com a intenção precisa de apontar subsídios ao povo de Deus que se coloca em favor de uma caminhada eclesial alternativa, em sintonia com os caminhos abertos pelo Concílio Vaticano II, hoje revitalizados pelo papa Francisco. As reflexões apresentadas podem ser dissonantes, na medida em que o grupo de Emaús, reflete também vozes diversificadas, que se retroalimentam num projeto que abraça a diversidade.
O trabalho de Emaús se coloca claramente como “fonte de luz para a ação”. Há que sublinhar que as reflexões que estarão na Coluna não refletem a posição do grupo de Emaús enquanto tal, que desde os últimos trinta anos decidiu não tomar posição como grupo. São reflexões que traduzem o clima reinante nos debates do grupo, que se reúne duas vezes por ano, e as questões que vão emergindo no transcorrer das conjunturas política nacional, mundial, bem como eclesial.
Na proposta prevista, teremos de um a três textos semanais, em geral breves, com possibilidade de exceções em razão da necessidade de um texto mais amplo para abordar uma questão específica. Na coordenação dos trabalhos estarão três membros do grupo, responsáveis por recolher o material, discutir o andamento do projeto e tomas decisões em sintonia com a posição do grupo maior.