#vias. Artigo de Gianfranco Ravasi

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25 Setembro 2024

"Parece nos questionar, com esses versos, Anna Achmatova, uma das maiores poetisas russas, nascida em Odessa, na Crimeia, em 1889 - a cidade onde se passa o famoso filme O Encouraçado Potëmkin e, agora, o centro dos recentes eventos bélicos ucranianos - e falecida em Moscou em 1966, depois de ter vivido todos os eventos dramáticos e as perseguições do regime soviético", escreve o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado por Il Sole 24 Ore, 22-09-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Há quem segue reto pelo caminho, há quem anda em círculos e retorna à casa paterna, retorna ao amor do passado. Mas eu, para minha infelicidade, não vou nem em linha reta nem em círculos, nunca a lugar algum, como um trem que descarrilou.

Dessas três opções, caro leitor, qual é a sua? Parece nos questionar, com esses versos, Anna Achmatova, uma das maiores poetisas russas, nascida em Odessa, na Crimeia, em 1889 - a cidade onde se passa o famoso filme O Encouraçado Potëmkin e, agora, o centro dos recentes eventos bélicos ucranianos - e falecida em Moscou em 1966, depois de ter vivido todos os eventos dramáticos e as perseguições do regime soviético. Há quem se debruça para o futuro e segue em frente com confiança, desafiando até mesmo os ventos contrários, convencido de que o progresso será imparável. É a pessoa ingenuamente confiante que nunca considera a possibilidade da ilusão; mas também quem se levanta após cada queda e corajosamente continua seu caminho.

Há, por outro lado, o nostálgico que retorna sobre seus passos, ama a atmosfera tranquila do pequeno mundo no qual passou anos serenos e conheceu amores plácidos e pacatos. Aqui, também, há o aspecto positivo de reconhecer o valor da herança humana e espiritual recebida do passado. Mas Anna sabe que há uma terceira opção, aquela que ela trilhou depois de passar por aventuras e eventos tumultuosos: como um trem descarrilado, inclinado de lado, ficar à beira da estrada e ver a vida passar. E essa é uma escolha amarga, infelizmente praticada por muitos. Retorna a pergunta para o leitor para que examine e julgue sua decisão existencial.

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