17 Setembro 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, na segunda-feira 16-09, com ministros para discutir ações para por fim aos incêndios espalhados pelo país. O encontro contou ainda com representantes do ICMBio, do Ibama e de cientistas. A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, apresentou um mapa com as áreas devastadas, além de ações e estratégias que precisam ser implementadas. Uma das suspeitas levantadas em conversas privadas do núcleo político de Lula é a de que as queimadas resultam de um movimento orquestrado para atingir o governo federal.
A reportagem é de Camila Bezerra, publicada por GGN, 16-09-2024.
Nas redes sociais, Lula afirmou que a Polícia Federal está trabalhando para responsabilizar os criminosos que iniciaram os incêndios ou financiaram tais crimes ambientais. “O governo federal está atuando junto com o Corpo de Bombeiros do DF para ajudar no combate às chamas. A Polícia Federal tem hoje 52 inquéritos abertos contra os responsáveis por esses crimes contra o nosso país”, escreveu Lula.
Neste domingo, juntamente com a Janja, sobrevoei o Parque Nacional afetado por um incêndio de grandes proporções, como tantos que têm ocorrido por todo o país. O governo federal está atuando junto com o Corpo de Bombeiros do DF para ajudar no combate às chamas. 🎥 Ricardo Stuckert
— Lula (@lula.com.br) September 15, 2024 at 7:45 PM
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De acordo com fontes do Palácio do Planalto, a suspeita é a de que pequenos grupos de pessoas cumprem ordens de um grupo de mandantes, que determinam os locais e financiam os crimes à distância. Apenas em agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe registrou 10.328 focos de incêndios florestais, que ganharam mais força devido ao clima seco. O total de ocorrências foi o maior da série histórica do INPE, que monitora os focos de incêndio desde 1998.
Entre as ações previstas pelo Planalto está o pedido de ajuda para combater as queimadas direcionado para Paraguai, Colômbia, México, Peru, Uruguai, Chile, Canadá e Estados Unidos. Até o momento, apenas o Uruguai respondeu ao pedido. O país vizinho vai enviar uma aeronave da Força Aérea Uruguaia e 40 mil litros de líquido extintor de incêndio.
O pedido foi feito no início do mês, por Marina Silva, que além de verificar a possibilidade do envio de aeronaves e brigadistas, também sondou as contrapartidas do Brasil para a consolidação do apoio.
Para por fim às queimadas, o Brasil também enviou ajuda para a Bolívia, a fim de combater os focos de incêndio nas fronteiras.
Lula abordou ainda o presidente do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, também nesta segunda-feira. A intenção do presidente foi fazer um apelo para que os crimes ambientais sejam tratados “com a gravidade que eles possuem” pela polícia e pelo Poder Judiciário.
Reunião do governo federal para discutir medidas em relação à grave emergência climática, agravada pela ação de criminosos ambientais. 📸 Ricardo Stuckert
— Lula (@lula.com.br) September 16, 2024 at 1:26 PM
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Isso porque, para o presidente, impera a impunidade em relação a tais crimes. “O próprio presidente da República me telefonou, preocupado com a circunstância de impunidade em a essas queimadas dolosas, de modo que daqui faço já um apelo ao Poder Judiciário, aos juízes, que tratem esse crime com a seriedade que ele merece ser tratado”, afirmou Barroso, durante o discurso de abertura da reunião do Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas - OMA do Poder Judiciário.
Segundo levantamento do Observatório do Clima, as queimadas recordes na Amazônia resultaram em 31 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) emitidos na atmosfera entre junho e agosto deste ano.
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Apoio internacional, diálogo sobre impunidade e investigação: como o governo enfrentará as queimadas? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU