Em meio a impasses para a COP29, China e EUA se reúnem para discutir clima

Azerbaijão. (Foto: Lloyd Alozie | Unsplash)

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04 Setembro 2024

Países ricos e pobres seguem em lados diferentes nas discussões sobre financiamento climático; Washington e Pequim tentam superar tensões geopolíticas para criar momentum antes de Baku.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 04-09-2024.

A pouco mais de dois meses da Conferência do Clima de Baku (COP29), no Azerbaijão, os negociadores seguem travados no principal item da agenda – a definição de uma nova meta coletiva de financiamento climático. Um documento de negociação publicado na última 5ª feira (29/8) expôs as divergências profundas que dividem governos ricos e pobres.

Como a Reuters assinalou, o documento sugere sete opções de nova meta de financiamento, cada uma refletindo posicionamentos distintos dos países nessa negociação. Os países em desenvolvimento e mais vulneráveis às mudanças climáticas defendem uma meta de financiamento mais ambiciosa, enquanto as nações mais ricas e industrializadas sustentam que um grande salto no financiamento público é “irreal”.

Uma das opções, capitaneada pelo bloco árabe, prevê que os países desenvolvidos deverão fornecer US$ 441 bilhões anuais em recursos públicos, a serem complementados por outras fontes, inclusive privadas, para mobilizar um total de USS 1,1 trilhão ao ano entre 2025 e 2029. Outra opção, sugerida pela União Europeia, define uma meta global de US$ 1 trilhão por ano, de fontes públicas e privadas, incluindo países “com altas emissões de gases de efeito estufa e capacidade econômica” – leia-se China e petro estados árabes.

Os Estados Unidos, por sua vez, não citam cifras em específico, mas defendem abertamente que o rol de financiadores não fique restrito às nações industrializadas e inclua as economias emergentes, como a China. Provavelmente este será um dos tópicos da agenda do principal diplomata norte-americano para o clima, John Podesta, em sua visita nesta semana a Pequim.

A viagem de três dias é vista pela Casa Branca como uma das últimas oportunidades antes das eleições presidenciais de novembro para o governo do presidente Joe Biden exercer alguma pressão sobre os chineses nas negociações climáticas.

Segundo o NY Times, a expectativa de especialistas nas negociações climáticas é que a viagem ajude a abrir caminho para que o clima ganhe espaço na agenda caso Biden se encontre com seu contraparte chinês, Xi Jinping, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro em novembro.

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