Indígenas questionam mudanças na Polícia Federal do Amazonas

Foto: Bruno Kelly | Amazônia Real

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28 Agosto 2024

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari - Univaja divulgou uma nota para a imprensa em que manifesta preocupação com as recentes mudanças na Polícia Federal no Amazonas e solicitou um posicionamento do Ministério da Justiça, tendo em vista que as alterações podem contribuir com o fortalecimento do crime organizado na região.

A reportagem é de Camila Bezerra, publicada por Jornal GGN, 27-08-2024.

Desde março de 2023, o delegado Umberto Ramos Rodrigues chefiava a superintendência da PF amazonense. Agora, quem responde pela região é o delegado Paulo Garrido Pimentel.

Para os povos originários, a mudança causa extrema preocupação, tendo em vista a redistribuição de inquéritos que estavam sob a presidência do delegado, entre eles as investigações dos casos Bruno e Dom, mortos em junho de 2022; Maxciel, colaborador da Funai assassinado em setembro de 2019; massacre do Rio Abacaxis, em que seis indígenas foram mortos, além de várias atrocidades cometidas contra os povos originários, como torturas.

“[O inquérito dos] assassinatos de Dom, Bruno e Maxciel passará a ser presidido por outro delegado. A redistribuição do inquérito a outro delegado só prejudica as investigações que avançam com a possível elucidação dos crimes e têm como alvos, possivelmente, autoridades amazonenses que dão sustentação às práticas criminosas no Estado que ostenta a terceira posição em criminalidade do país”, informa a nota.

Interferência

A Univaja questiona o porquê das mudanças ainda tendo em vista a proximidade com as eleições municipais, “oportunidade em que se reconfigura o cenário político de 2026”, até porque tal interferência política não teria justificativa.

Segundo os indígenas, mesmo com escassez de recursos, a PF no Amazonas apresentava excelentes resultados no combate ao crime organizado na região, com destaque para o que seria uma das maiores apreensões de cocaína na história do Estado.

“O combate ao crime organizado avançou de forma significativa e sentimos este avanço com mais investigações e mais ações em conjunto com outros órgãos na realização das funções típicas atividade policial”, informa a nota.

Leia a manifestação na íntegra:

 

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