19 Agosto 2024
Medições do começo da semana passada já indicavam que as águas tinham igualado as temperaturas do recorde anterior, atingido em 24 de julho de 2023.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 19-08-2024.
A temperatura da água no Mar Mediterrâneo alcançou novo recorde pelo segundo verão consecutivo do Hemisfério Norte. Informações preliminares do observatório climático europeu Copernicus mostram que na última 5ª feira (15/8) a temperatura média na superfície da água foi de 28,56°C e mediana de 28,90°C.
Informações do Copernicus e também de outros bancos de dados já vinham indicando o aquecimento do Mediterrâneo no último mês, em um momento em que vários pontos do sul da Europa enfrentaram ondas de calor. E medições do começo da semana já indicavam que as águas tinham igualado as temperaturas do recorde anterior, de 24 de julho de 2023, que teve média diária de 28,40°C e mediana de 28,71°C, detalha a Folha.
“A temperatura máxima em 15 de agosto foi atingida na costa egípcia, em El-Arish (31,96°C)”, explicou Justino Martinez, pesquisador do Instituto de Ciências do Mar em Barcelona, na Espanha. No entanto, o cientista destacou que o valor identificado “deve ser tomado com cautela” até ocorrerem mais verificações.
Para Martinez, “o que é notável não é tanto atingir um máximo num determinado dia, mas observar um longo período de altas temperaturas, mesmo sem bater um recorde. Desde 2022, as temperaturas da superfície têm estado anormalmente altas durante longos períodos, mesmo se considerarmos um ambiente de mudanças climáticas”, explicou o cientista, em fala destacada por Agência Brasil e Um só planeta.
A região do Mediterrâneo há muito tempo é classificada como um ponto crítico das mudanças climáticas. Segundo os cientistas, os oceanos absorveram 90% do calor excessivo produzido pela atividade humana desde o início da era industrial, destacam RFI e Phys. org. Esse calor continua a se acumular à medida que mais combustível fóssil é queimado aumentando assim a concentração de CO2 na atmosfera.
O superaquecimento dos oceanos deve impactar toda a vida marinha, provocando migração de espécies e disseminação de espécies invasoras. Isso pode ameaçar os estoques de peixes e, assim, comprometer a segurança alimentar em certas partes do mundo.
Além disso, oceanos mais quentes são menos capazes de absorver o CO2, reforçando o ciclo vicioso do aquecimento global.
RTP e France24 também repercutiram o recorde de temperatura no Mediterrâneo.
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Novo recorde de temperatura da água do Mar Mediterrâneo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU