26 Julho 2024
"Celebrar o "Dia Internacional de Nelson Mandela" todos os anos nos permite compartilhar o legado de um homem que mudou o século XX e ajudou a moldar o século XXI", escreve Yanick Nzanzu Maliro, teólogo congolês, em artigo por Settimana News, 23-07-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
Com a resolução A/RES/64/13 de 13 de novembro de 2009, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 18 de julho como o "Dia Internacional de Nelson Mandela". Essa resolução reconhece a notável contribuição do ex-presidente sul-africano para a luta pela democracia e a promoção de uma cultura de paz e liberdade em escala internacional.
Nascido em 18-07-1918, Mandela é principalmente conhecido como um político que liderou a luta contra o apartheid. Isso o levou primeiro a liderar uma luta pacífica contra a opressão. Depois, após o massacre de manifestantes pelos direitos dos negros em Sharpeville, em 1960, quando o ANC (Congresso Nacional Africano), do qual era membro, foi banido, ele passou à clandestinidade e até pegou em armas. Condenado à prisão perpétua em 1964, ele ficou preso por 27 anos. No entanto, continuou popular e foi eleito presidente de seu país em 27-04-1994, poucos anos depois de sair da prisão.
Assim, ele se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul e permaneceu no cargo por apenas um mandato, até 1999. Toda a sua vida foi voltada para a luta contra a segregação racial. Por isso, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993, juntamente com o arcebispo Desmond Tutu.
Perto do fim de sua vida, não participou mais da vida política, dedicando-se a instituições de caridade. Nelson Mandela morreu em 05-12-2013, aos 95 anos.
Celebrar o "Dia Internacional de Nelson Mandela" todos os anos nos permite compartilhar o legado de um homem que mudou o século XX e ajudou a moldar o século XXI.
É um momento privilegiado para renovar nosso apego aos valores que inspiraram Nelson Mandela: sua determinação absoluta, seu profundo compromisso com a justiça, os direitos humanos e as liberdades fundamentais; sua profunda crença na igualdade e na dignidade de cada ser humano. Seu empenho total com o diálogo e a solidariedade diante de todas as divisões.
Mandela foi um grande estadista, um fervoroso defensor da igualdade, o pai fundador da paz na África do Sul. Sua vida nos lembra de nossa capacidade de resistir à opressão, de afirmar a justiça sobre a desigualdade, a dignidade sobre a humilhação, o perdão sobre o ódio.
Enquanto o mundo trabalha na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e busca superar novas fontes de adversidade, lembremo-nos das lições da vida de Nelson Mandela e do humanismo essencial que o guiou: "Ser livre não é apenas quebrar as próprias correntes, mas viver de uma maneira que respeite e aumente a liberdade dos outros".
Esse é o seu credo. E foi a isso que ele dedicou toda a sua vida. Em suas palavras: "Eu prezo o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e desfrutam de oportunidades iguais. É um ideal pelo qual desejo viver e espero realizar. Mas, se necessário, é um ideal pelo qual estou pronto a morrer". Com tamanha força de convicção, será que Nelson Mandela está morto? Não, sua vida falará à humanidade por toda a eternidade.
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Mandela pela África hoje. Artigo de Yanick Nzanzu Maliro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU