Nos últimos meses, vítimas e sobreviventes de abusos de poder, espirituais e sexuais contataram a Comissão para expressar a sua crescente frustração e preocupação com o uso contínuo das obras de arte do Padre Marko Rupnik por vários escritórios do Vaticano, incluindo o Dicastério para a comunicação.

A reportagem é publicada por Settimana News, 29-06-2024.

O presidente da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, cardeal Sean O'Malley, escreveu aos dicastérios da Cúria Romana para expressar a esperança de que neste período "a prudência pastoral impeça a exibição ou utilização de imagens de obras de arte de forma que possa implicar desculpa ou defesa sutil” dos supostos abusadores; “ou ser uma indicação de indiferença à dor e ao sofrimento de muitas vítimas de abuso”.

“Devemos evitar transmitir a mensagem de que a Santa Sé não leva em conta o sofrimento psicológico que tantos sofrem”, disse o cardeal na carta enviada em nome da Comissão aos líderes da Cúria, no dia 26 de junho.

Nos últimos meses, vítimas e sobreviventes de abusos de poder, espirituais e sexuais contataram a Comissão para expressar a sua crescente frustração e preocupação com o uso contínuo das obras de arte do Padre Marko Rupnik por vários escritórios do Vaticano, incluindo o Dicastério para a comunicação.

Atualmente, o Dicastério para a Doutrina da Fé está investigando alegações de abuso psicológico e sexual de várias mulheres consagradas por parte do Padre Rupnik, que foi demitido da Companhia de Jesus em junho de 2023.

Na sua carta, o Cardeal O'Malley disse que embora a presunção de inocência durante uma investigação deste tipo deva ser respeitada, a Santa Sé e os seus escritórios devem "exercer sábia prudência pastoral e compaixão para com aqueles que foram prejudicados pelo abuso sexual clerical". 

“O Papa Francisco exortou-nos a sermos sensíveis e solidários com aqueles que foram prejudicados por todas as formas de abuso. Peço que tenham isso em mente na hora de escolher as imagens que acompanharão a publicação de mensagens, artigos e reflexões através dos diversos canais de comunicação à nossa disposição” – escreveu o cardeal.

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