26 Junho 2024
Cientistas identificam novo ponto de não retorno do gelo no continente; derretimento mais rápido que esperado não foi considerado nas projeções de subida dos mares.
A informação é publicada por ClimaInfo, 26-06-2024.
Enquanto os países patinam para colocar uma data para o fim dos combustíveis fósseis, inclusive o Brasil, as mudanças climáticas avançam rapidamente. Um novo estudo publicado nesta 3ª feira (25/6) na revista Nature Geoscience fornece detalhes sobre um processo em curso na Antártica que pode levar a um aumento maior do nível dos oceanos do que era estimado pelos cientistas.
A pesquisa, conduzida por dois britânicos, examina como a água do mar aquecida penetra entre a terra e a camada de gelo sobre ela. Essa água cria pequenas cavidades no gelo, expandido o caminho para a entrada de mais água, em um sistema de retroalimentação. Com o tempo, a água lubrifica a parte inferior desses lençóis de gelo, que podem escorregar para o mar, publica o Guardian.
O glaciologista Ted Scambos, que não está envolvido no trabalho, disse para a CNN que o artigo é “potencialmente muito importante”, mas destacou a complexidade do sistema antártico.
Os cientistas britânicos também observaram que pequenas variações de temperatura aceleram o processo. “A cada décimo de grau a mais na temperatura do oceano, mais e mais próximos ficamos de passar do ponto de não-retorno [na Antártica]”, disse o autor principal, Alexander Bradley, da Pesquisa Britânica Antártica. CarbonBrief, Phys e IFLScience publicaram notas com mais detalhes.
Ainda nesta 3ª feira, a ONG Union of Concerned Scientists publicou um relatório indicando que até 2050 a elevação do nível dos oceanos pode expor mais de 1.600 estruturas fundamentais – como escolas, prédios públicos, hospitais e residências – a inundações frequentes nos Estados Unidos, conta o Guardian.
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Elevação dos oceanos pode estar subestimada por causa do degelo na Antártica - Instituto Humanitas Unisinos - IHU