24 Junho 2024
"Borgo Egnazia hospedou o G7 (que foi) um passeio caríssimo para os chefes dos governos do velho mundo e nós, hoje, sabemos mais sobre o cardápio, as medidas de segurança e a localização do que sobre os resultados. Afirma a primeira-ministra que é um sucesso para a Itália, mas podem os habitantes de Gaza e Kiev dizer o mesmo?", questiona Tonio Dell’Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 16-06-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
Não estou interessado em inferir sobre o encontro do G7, pois acredito que os resultados são evidentes para todos. Na verdade, gostaria que um instituto de pesquisa da comunicação comparasse os temas políticos cruciais que o acompanharam, como as guerras, a imigração, a fome e as mudanças climáticas com a comunicação sobre a cenografia. Parece-me que tenha se tratado de uma vitrine – aliás, caríssima - para a promoção do solo italiano do ponto de vista turístico.
Em suma, a entrevista com o chef recebe mais espaço e audiência do que as decisões tomadas em favor das populações da Faixa de Gaza vítimas de uma agressão sem precedentes com um número altíssimos de mortes, destruições e sofrimentos.
Quantos meios de comunicação leram e comentaram a declaração final adotada (Apulia G7 Leaders' Communiqué)? Está cheia até a borda de intenções, recomendações e encorajamentos, sem qualquer decisão vinculante e muito menos verificações e sanções.
Por outro lado, só podia ser assim porque o G7 não é um órgão reconhecido, mas simplesmente um clube de alguns chefes de estado.
Em suma, Borgo Egnazia hospedou um passeio caríssimo para os chefes dos governos do velho mundo e nós, hoje, sabemos mais sobre o cardápio, as medidas de segurança e a localização do que sobre os resultados. Afirma a primeira-ministra que é um sucesso para a Itália, mas podem os habitantes de Gaza e Kiev dizer o mesmo?
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