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Sobre a mística. Entrevista com Antonietta Potente

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12 Outubro 2023

Antonietta Potente é religiosa dominicana, teóloga, professora e escritora. Recentemente nos encontramos no Jardim das Beguinas de Mântua, onde apresentou o livro de Wanda Tommasi Vivere Dio qui e ora. La sapienza mistica di autrici del nostro tempo (Viver Deus aqui e agora. A sabedoria mística de autoras do nosso tempo, em tradução livre, Paoline, 2023), do qual escreveu o prefácio.

A entrevista é de Giordano Cavallari, publicada por Settimana News, 05-10-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis a entrevista.

Antonietta, o que se entende por mística?

A mística pode ser entendida como objeto de estudo. Para muitos é isso. Mas eu penso que a mística não pode ser reduzida de forma alguma a um objeto de estudo, porque a mística é aquela experiência profunda de vida que é perceptível por todas as mulheres e todos os homens, embora de maneiras diversificadas em relação aos contextos de vida.

Procurando palavras para defini-la – venho tentando, com meu trabalho, há muitos anos –, considero que a mística é reconhecer que a vida tem uma profundidade própria, sentir que nada é banal, vazio ou “morto” na vida: na criação como na história. Estou falando de algo que, em si, é inexprimível ou inefável. A etimologia ajuda: a raiz grega reporta-se, de fato, a uma “boca fechada”, ao silêncio mais que a claras palavras ditadas pela pura e dura racionalidade. Portanto, a mística é vivida mais que falada. Muitas mulheres e homens a viveram e a vivem todos os dias.

Gosto de usar a imagem da árvore da qual vemos o tronco, os galhos, as folhas, não as raízes que afundam nas profundezas: no entanto, o “verde” que vemos depende delas.

A mística, assim entendida, tem dignidade entre as disciplinas de ensino e estudo?

Nesse sentido, posso dizer que no meio acadêmico já me falaram várias vezes: “escreva sobre isso, você é muito mística!” Pois bem, essa piada não expressa uma consideração séria da mística nas ciências: pelo contrário, denota como a mística ainda hoje é vista como algo “à parte”, uma espécie de embelezamento, não indispensável. Em vez disso, a mística, como a entendo, está presente em todas as ciências, não apenas nas disciplinas teológicas, mas até mesmo na física ou na química do mundo.

Uma narrativa de mulheres

A mística é mais feminina do que masculina?

Justamente porque a mística não pode ser simplesmente dita, definida, exceto contando a própria vida – a própria vida em profundidade –, penso que essa narração resulta melhor para as mulheres do que para os homens. Nós, mulheres, estamos mais inclinadas a falar de nós mesmas, a contar sobre a nossa vida interior.

Além disso, posso dizer que a mística é como o “lugar” onde se nasce e por isso se continua a renascer: isso tem muito a ver com o útero materno, com a mãe, com um aspecto específico feminino.

Não quero dizer que não exista a mística masculina. A mesma sensibilidade existe no homem. Na verdade, penso que os homens hoje poderiam e deveriam perceber a preciosidade dos seus sentidos, tanto de prazer como de dor, e saber expressá-los sem mascará-los ou escondê-los, como melhor sabem fazer as mulheres, especialmente sem racionalizar aquelas sensibilidades masculinas que são consideradas “demasiado femininas”.

Este nosso tempo é difícil para a mística?

Não sei se este tempo pode ser considerado mais difícil do que outros. A mística está nas profundezas da vida e, portanto, normalmente sempre coberta por muitas outras coisas. Certamente, porém, a característica que prevaleceu em nosso tempo é a exterioridade, um termo que tem um significado oposto ao da profundidade ou àquele da interioridade, que melhor combinam com a mística.

Por outro lado, hoje se fala até demais de mística. Li, por exemplo, que se fala de uma “mística da empresa”: que seja bem-vinda! Mas me parece diferente: uma moda exibida com uma linguagem que pouco ou nada tem a ver com a sobriedade própria da mística, das místicas e dos místicos: pessoas que sabem despojar-se das modas e das tantas coisas supérfluas que nos recobrem. Isso resulta particularmente evidente em algumas figuras da história da Igreja e não só.

Como a Igreja, ou a história humana em geral, tratou os místicos e as místicas?

A Igreja também tendeu a separar a mística ou a espiritualidade da física, incorrendo naquele dualismo que o cristianismo nega. Não há nada de separado, como sabemos: o espírito é um só, o nosso sentir é um só; a história é uma só. Em meus livros descrevo o ser humano como “animacorpórea”, uma palavra escrita exatamente assim, toda junta: convido a todos a fazerem o mesmo.

O critério com o qual olhar para a autenticidade da vida mística é, portanto, a transformação. A mística transforma a vida. Transforma a história. Uma mística que não transforma não é mística.

Quem são, então, as místicas e os místicos da Igreja?

As mestras e os mestres de mística são, para nós, agora, mulheres e homens que viveram séculos atrás: na realidade, a característica dessas figuras é terem passado sem se considerarem mestras ou mestres de ninguém. De fato, entre as características importantes das figuras místicas está justamente a diferença de qualquer forma de autoafirmação de si e de arrogância.

Até mesmo um certo sentido de insegurança – ou dúvida – é típica das místicas. Basta ler o belo livro de Wanda Tommasi. As certezas absolutas são muitas vezes conjugadas com a arrogância.

Mística e religião

Pode uma vida vivida de forma tão mística prescindir das afiliações religiosas?

A “animacorpórea” evidentemente não é propriedade das igrejas e das religiões. Portanto, a experiência mística, que é justamente de todos os seres humanos, não é propriedade de nenhuma igreja ou religião. Além disso, o Islã conhece belíssimas experiências místicas, assim como as religiões orientais; do cristianismo, é claro, temos conhecimento. O que qualifica a mística vivida não é, pois, tanto o pertencimento religioso, mas aquele “sentimento” que salva mesmo na noite escura de dor e morte: aquele sentimento que, em última análise, é o dom mais belo e precioso da vida.

As religiões, tendo reconhecido o “tesouro”, apropriaram-se indevidamente dele, por vários motivos, aliás facilmente compreensíveis: para se distinguirem daqueles que negam a existência do dom, para refinarem o seu pensamento, para oferecerem segurança. Mas simplesmente não é possível – e é errado – apropriar-se do que é divino: a profundidade da vida é o maior dom divino, que está em tudo e em todos.

A mística vem de um “princípio”, e esse princípio, compreendido de diversas maneiras, é divino, não humano.

A mística pode, portanto, ser o ponto de encontro de todas as Igrejas, de todas as religiões e, até mesmo, de todos os humanos?

O caminho do encontro no chamado “diálogo inter-religioso” é mais o silêncio inter-religioso ou simplesmente o silêncio humano diante do mistério da profundidade da vida. Penso que hoje seja fundamental, mais do que falar, escutar o mistério da vida, nos outros, nas outras pessoas e culturas: claro, isso significa também falar, mas sem pretensões, sem pretender uma crença religiosa.

Será este o tempo oportuno para uma mística suprarreligiosa?

Poderia ser, mas com o critério que mencionei, que é o transformador. Os místicos anseiam pela transformação de si mesmos e do mundo. O meu receio, neste tempo mercantilista no mais alto grau, é que, mais uma vez, aconteça uma separação entre a esfera do espírito (mística) e a física ou a história.

Sim, é certamente o momento oportuno: isso não significa de forma alguma que seja um tempo fácil. Pelo contrário. Muitas vezes falo de parto transformador. No parto há dor, há nascimento, há alegria. Na realidade, ocorre na mãe uma transformação radical, consciente e aceita, “custe o que custar”.

A mística e o mundo

Na mística não existe o risco de se fechar em si mesmo e se distanciar do mundo?

Certamente, como eu disse, se a mística se tornar uma disciplina de estudo ou uma experiência de vida religiosa “à parte”. Mas não é isso. Quando temos uma ferida, a sensibilidade da nossa pele aumenta: sentimos mais ardor e dor, mas é precisamente essa sensibilidade aumentada que nos cura, que nos “salva”. Da mesma forma, a mística realmente vivida nos torna mais sensíveis a tudo e a todos, além de nós mesmos. E é isso que nos salva.

Acho que descobri a importância da mística na América Latina, num contexto tremendamente, socialmente, forte. Então escrevi sobre mística e política, sobre mística política: duas palavras aparentemente muito distantes uma da outra. Agora eu prefiro uma abordagem místico-sapiencial: uma só palavra que diz respeito à vida como um todo, às relações, às comunidades humanas.

Pois bem, uma vez adquirida essa sensibilidade mística, como acontece com a pele, ela permanece e se carrega para todos os lugares. A mística é capaz de produzir transformação sociopolítica.

Na sua concepção, o que é a oração? Poderia ser um momento “à parte”?

A minha concepção da oração está muito próxima dos hesicastas: a oração é incessante. Penso que a oração é a forma de se relacionar com as profundezas da vida ou a forma de estar misticamente na vida. Mas justamente porque esta vida deve ser sentida, escutada, olhada, em silêncio, antes de tudo, não creio que se possa abrir mão de um tempo para simplesmente ficar “sentados”, “sem fazer nada”. Nesse sentido, não excluo uma espécie de sucessão temporal: “primeiro” “sentamo-nos” para “ouvir” sem pressa, porque já cometemos erros demais com a pressa; “depois” colocamos as mãos à obra, “equipados” da escuta. Contudo, a escuta na oração não é algo a-histórico: a escuta também acontece quando se percebe o grito dos povos aflitos pelo mal no mundo, povos oprimidos por todo tipo de violência e de forças de poder.

São necessárias fórmulas para orar de acordo com a sua visão?

Cada tradição tem a sua mistagogia, a sua ação, de acordo com o próprio significado da palavra, em direção ao mistério da vida. Ritos e liturgias traçam, mas são a ação.

O dano ocorre quando tudo isso se torna uma fórmula que não nos ajuda mais a sentir nada: então se apaga a insuflação da “animacorpórea” e para a “animacorpórea”, em benefício do controle “apenas” das almas, quebrando assim os seres humanos: uma parte vai para as igrejas e as religiões e a outra parte vai para o estado. Mas o estado nada mais é do que nosso único estar no mundo como seres humanos.

Existem fatos, eventos, experiências de vida que determinam mais facilmente a atitude mística?

Penso em Marguerite Porete ou em João da Cruz: eles cruzaram a experiência que defino como Ausência-Presença, a experiência da noite escura do mal radical, sem, contudo, sucumbir a ele. O mal reside na percepção da distância, da Ausência. A Presença está na percepção da proximidade, do Amor. Eu ensino aos jovens que a Ausência não é o contrário da Presença, mas sim que a Ausência está dentro da Presença. Acho que é nisso que reside a experiência mística mais forte.

O nome e a titubeação

Na mística "clássica", especialmente feminina, têm muito espaço as imagens do apaixonar-se e do amor conjugal...

Sempre pareceu redutivo e enganador, muito masculino, querer encerrar a mística das mulheres na imagem do amor conjugal, mesmo que certamente ao esposo tenha sido dado o nome de Jesus. Marguerite Porete usou outras expressões: aquela, por exemplo, da Dama Amor.

O grande problema humano – nos eventos da vida e da história – é o vazio de amor. O mal é o vazio de amor, a Ausência. Enquanto a divina Presença é Amor.

Pode-se dizer que Deus é Mãe no lugar de Pai?

Sinto alguma titubeação em simplesmente dizer “Deus”: a origem da palavra – do sânscrito – levaria mais propriamente a pronunciar Luz. Mas a divina Presença é Amor, como eu disse: então posso dizer mais facilmente “Mãe” do que “Pai”, porque a minha primeira experiência de amor é materna.

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