A saída do Pe. Spadaro de 'La Civiltà Cattolica' marca o fim de uma era e a fase final de Pontificado

Papa Francisco e Antonio Spadaro | Foto: CNS/Paul Haring

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

17 Setembro 2023

Há 12 anos no círculo íntimo do Papa Francisco, mas a tagarelice do Vaticano, que Bergoglio descreve como a peste, sinalizou um esfriamento com a Casa Santa Marta. Spadaro sai da revista jesuíta, mas ingressa no Dicastério da Cultura e de Educação da Santa Sé. Em seu lugar entra Nuno da Silva Gonçalves, primeiro não italiano a ocupar o posto. 

A reportagem é de Maria Antonietta Calabrò, publicada por Huffington Post Itália e reproduzida por Il Sismografo, 14-09-2023.

O padre Antonio Spadaro assumiu a direção da prestigiada revista jesuíta La Civiltà Cattolica, em setembro de 2011, em um momento em que a forte turbulência que levou ao fim do Pontificado de Bento XVI (os primeiros Vatileaks, as posições assumidas pelo Núncio Viganò). A eleição do Papa Francisco, o primeiro papa jesuíta da história, o catapultaram para o círculo íntimo do novo Pontífice por doze anos.

A partir da primeira entrevista, com a qual deu o furo de reportagem aos diretores internacionais e aos especialistas do Vaticano, o da Igreja como "hospital de campanha" (22-09-2013), e bordo dos voos de todas as 43 viagens papais (também como organizador de reuniões-entrevistas com os jesuítas em todos os cantos do globo).

Mais recentemente, na revista La Civiltà Cattolica, publicou entrevistas com funcionários do Vaticano – a última hoje com o novo prefeito de Doutrina da Fé – divulgada rotativamente pelos principais jornais, e depois artigos, livros, aforismos e até poemas curtos publicados recentemente pelo Osservatore Romano, dirigido por um grande amigo seu, Andrea Monda. Além de um comentário ao Evangelho dominical, publicado num jornal diário.

Há algum tempo, dizia-se, ele teria desejado ser nomeado arcebispo de Nápoles, mas isso não foi possível. Há poucos dias ele tentou defender o Papa depois das suas declarações sobre a grandeza de Catarina II e sobre a Rússia.

O superior geral da Companhia de Jesus, o Pe. Arturo Sosa Abascal, após longa consulta interna aos jesuítas, decidiu renovar a liderança de La Civiltà Cattolica, a mais prestigiada e antiga revista cultural da Igreja na Itália, cujos artigos refletem sempre a orientação da Secretaria de Estado e do Papa. Não é por acaso que a contagem regressiva da taxa de mudança da guarda foi vazada pelo padre (também jesuíta) Francesco Occhetta num tuíte datado de 12 de setembro.

Occhetta, um dos maiores especialistas da política e da sociedade italiana, jornalista profissional e atuante na revista desde 2011, teve que deixar a revista após desentendimentos com Spadaro, e passou a lecionar na Universidade Gregoriana, na Faculdade de Ciências Sociais. Desde 2021 colabora com o cardeal franciscano Mauro Gambetti (arcipreste da Basílica de São Pedro e vigário geral do Papa para a Cidade do Vaticano) e secretário geral da Fundação Fratelli tutti.

Leia mais