21 Julho 2023
"Aqui as pessoas são boas, as pessoas gostam de mim". Assim, em 2003, o padre Giorgio Marengo, então jovem missionário da Consolata, respondeu ao Cardeal Crescenzio Sepe, então Prefeito da Congregação de Propaganda Fide, que do Palácio Romano na Piazza di Spagna tinha ido visitá-lo em sua igreja no sul da Mongólia, além do deserto de Gobi, e perguntava-lhe as razões de sua escolha missionária de viver, tão jovem, longe de casa.
A informação é de Gianni Valente, publicada por Agência Fides, 20-07-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Hoje Giorgio Marengo é Prefeito Apostólico de Ulaanbaatar, capital da Mongólia, e também Cardeal. Enquanto o Cardeal Sepe, na Vídeo-Reportagem realizada para a Agência Fides por Teresa Tseng Kuang yi narra o encontro com o jovem missionário da Consolata e todos os outros encontros e surpresas que guarda na memória das duas viagens que fez à Mongólia entre 2002 e 2003, quando a nascente comunidade católica do grande país asiático dava os primeiros passos e “não havia nenhuma igreja”.
A segunda viagem, no final de outubro de 2003, foi realizada pelo cardeal Sepe como enviado especial de João Paulo II. O Pontífice confidenciou na carta de designação que seu desejo de ir pessoalmente à Mongólia não podia ser realizado, devido ao agravamento de seu estado de saúde. Naquela ocasião, o cardeal Sepe consagrou a catedral de Ulaanbaatar, dedicada aos santos Pedro e Paulo, e ordenou bispo o Prefeito apostólico Wenceslao Padilla, missionário filipino da Congregação do Imaculado Coração de Maria (CICM).
No Vídeo-Relato, o primeiro de uma série de vídeos que a Agência Fides divulgará nas próximas semanas em vista da programada Visita Apostólica do Papa Francisco (1 a 4 de setembro), as memórias do Cardeal Sepe, as imagens filmadas e as fotos inéditas do passado restauram o rosto e os traços de uma Igreja nascente, onde tudo atesta que a vida cristã começa e floresce pelo dom da graça, na gratuidade e na gratidão, e não por esforço de mobilização ou por projetos de conquista.
Na vídeo-reportagem, aparecem imagens de estepes sem limites e manadas de cavalos em estado selvagem, aquelas da primeira paróquia do padre Marengo, as “gers” (tradicionais casas móveis da Mongólia), as referências ao Presidente que doou o terreno para a construção da catedral, as fotos do túmulo do bispo Padilla, que morreu de ataque cardíaco em 2018, depois de ter se esforçado ao máximo, até o fim. Falam também as mulheres que ainda trabalham na grande estufa de produção de hortaliças, uma das primeiras obras criadas pela nascente comunidade eclesial para ajudar centenas de famílias a comer alimentos bons e que fazem bem a todos, como qualquer gesto de caridade.
A viagem à Mongólia que João Paulo II não pôde realizar – conclui o cardeal Sepe – o Papa Francisco se prepara a fazer. “E certamente será algo muito bom. Um sinal muito forte para todo o cristianismo".
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Mongólia. O novo começo de um pequeno resto - Instituto Humanitas Unisinos - IHU