25 Abril 2023
O pastor presbiteriano Jaime Nelson Wright teve o seu nome inscrito no “Livro dos heróis e heroínas da pátria”, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. Junto com D. Paulo Evaristo Arns e o rabino Henry Sobel, Jaime foi autor do livro “Brasil: nunca mais”, o mais completo levantamento sobre a tortura de prisioneiros políticos durante o regime cívico-militar brasileiro.
Jaime Wright (à esq.), dom Paulo, no centro, e Henry Sobel (à dir.) no culto ecumênico em homenagem a Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar (Foto: Jornalistas Livres)
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
A PL 405/2019, aprovada no dia 13 de abril, teve a relatoria do senador Flávio Arns (PSB-PR) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, e foi apresentada pelo ex-deputado Fábio Sousa (PSDB-GO).
Em seu relatório, informa a Agência Senado, o senador Flávio Arns observou que “a consulta sigilosa a 707 processos, a listagem de 1.843 casos de tortura e a fixação em 125 do número de desaparecidos no período compreendido entre os anos de 1964 e 1979 – geralmente mortos durante interrogatórios e sepultados com falsa identidade – formaram uma base de dados nunca contestada pelos policiais e militares implicados”.
Jaime Wright nasceu em 1927, em Curitiba. Era pastor presbiteriano e ativista de direitos humanos. Graduou-se pela Universidade de Arkansas, e cursou pós-graduação em Estudos Religiosos, na Pensilvânia. Em 1973, perdeu seu irmão, Paulo Stuart Wright, que anos antes tivera o mandato de deputado estadual por Santa Catarina cassado pelo AI-5. Paulo foi morto nas dependências dos órgãos de repressão do regime.
“A busca pessoal do reverendo Wright pelo irmão fez com ele reunisse farta documentação sobre a tortura e os assassinatos praticas pelo Estado Brasileiro”, destacou Arns. Jaime faleceu de infarto em Vitória, Espírito Santo, em 1999, aos 71 anos de idade.
O Livro dos heróis e heroínas da pátria inscreve brasileiros e brasileiras que “tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo, desde que decorridos dez anos de sua morte ou presunção de morte, exceção feita aos brasileiros mortos ou presumidamente mortos em campo de batalha”.
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Reconhecimento ao pastor Jaime Wright - Instituto Humanitas Unisinos - IHU