11 Abril 2023
A reportagem é de Leandro Sequeiros, publicada por Religión Digital, 11-04-2023.
Em 10-04-1955, Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955) morreu repentinamente em Nova York. Ele nasceu em 1881 e passou uma parte significativa de sua vida trabalhando como geólogo e paleontólogo na China. Cientista inovador, filósofo heterodoxo, místico jesuíta e poeta deslumbrante, ele continua sendo um homem controverso.
O mundo em que Teilhard viveu era muito diferente do mundo no início do século XXI. Mas muitas de suas convicções fazem parte da herança cultural da humanidade. Como padre e jesuíta, a maior preocupação de Teilhard sempre foi integrar o pensamento cristão à nova cosmovisão apresentada pelas ciências de um mundo em evolução. Esta preocupação já está presente nos seus primeiros escritos de juventude, continua até as últimas páginas escritas poucos dias antes de morrer e é sustentada pelas duas colunas que ancoram sua vida inteira: o trabalho científico e a experiência mística.
À esquerda, Teilhard de Chardin em trabalho de campo | Foto: Religión Digital
Em 1923, Teilhard fez sua primeira viagem à China, onde trabalhou na geologia do norte da China e da Mongólia. Desde esta primeira viagem, sua vida ligou-se ao trabalho geológico e paleontológico na China. A partir de 1939, Teilhard já é uma figura reconhecida no meio científico, realizando viagens à França e aos Estados Unidos, e fazendo trabalhos de campo em colaboração com outros cientistas, além da China, na Kashmira, em Java, na Birmânia e na África do Sul, associando seu trabalho cada vez mais aos estudos sobre as origens do homem.
Teilhard claramente separou seu trabalho científico de sua reflexão religiosa e, portanto, em seus mais de 200 artigos científicos, o problema religioso não é mencionado. Foi um verdadeiro cientista, reconhecido por seu trabalho em geologia e paleontologia. Porém, para ele o trabalho científico já constituía em si uma forma de culto e afirmava que ciência e religião formam duas faces de um mesmo movimento de conhecimento da realidade. Ele encontrou no trabalho científico uma forma de nutrição espiritual. Ao mesmo tempo que seu trabalho científico, Teilhard tem uma produção contínua de pensamento filosófico e religioso, por trás do qual reside uma verdadeira experiência mística.
O desenvolvimento da espiritualidade de Teilhard pode ser acompanhado através dos textos-chave que vão desde o primeiro escrito durante a guerra (A vida cósmica, escrito em 1916) até o último, assinado alguns meses antes de morrer. Muitos dos leitores do El País leram muitos de seus escritos nas décadas de 1960 e 1970: A missa sobre o mundo, escrita em 1923 (cem anos atrás), El medio divino (1927); As I Believe (1934), Le phenomene humain (1947) (O fenômeno humano); Le coeur de la matier (1950) (O coração da matéria) e Le Christique (1955) (O crístico).
Esses textos ajudam a estabelecer as linhas gerais da espiritualidade de Teilhard e o papel que nelas desempenha a visão científica do mundo. Em suma, uma vida em busca de Deus.
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Pierre Teilhard de Chardin, cientista inovador, filósofo heterodoxo, místico jesuíta e poeta deslumbrante - Instituto Humanitas Unisinos - IHU