28 Fevereiro 2023
Embora a mortalidade materno-infantil tenha diminuído em 34,3% nos últimos 20 anos, uma mulher ainda morre a cada dois minutos por complicações na gravidez ou no parto. Em 2000 ocorriam 339 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos, número que diminuiu para 223 em 2020.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Os dados constam na publicação “Tendências na mortalidade materna 2000 a 2020”, apresentado em Genebra na semana passada pelas Nações Unidas e Banco Mundial. Mesmo com essa queda registrada nos últimos 20 anos, a diretora executiva do Fundo de População da ONU, Natalia Kanem, considera a morte de mulheres nessas condições como inconcebível.
O relatório indica que entre 2016 e 2020, as taxas de mortalidade materna caíram 35% na Austrália e Nova Zelândia, e 16% na Ásia Central e Meridional. Já na Europa e na América do Norte esse índice cresceu 17%, e 15% na América Latina e no Caribe, segundo matéria divulgada pela ONU News.
Belarus lidera os países onde a mortalidade infantil mais declinou, com 95,5%. No Brasil e em Portugal, ao contrário, esse dado cresceu, 5,4% e 10,5%, respectivamente. Entre as nações lusófonas, Moçambique está entre os dez países com a maior percentagem de redução da mortalidade materno-infantil, com 76%; Angola teve 73,9%, Cabo Verde 64,5% e Guiné-Bissau com baixa de 46%; São Tomé e Príncipe, com 17,6%.
A gravidez deve ser um momento de imensa esperança e uma experiência positiva para as mulheres, mas ainda é tragicamente chocante e perigosa para milhões em todo o mundo, assinalou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus.
O levantamento, disse Tedros, aponta para a necessidade urgente de garantir que todas mulheres e meninas tenham acesso aos serviços essenciais de saúde e direitos reprodutivos. Há uma escassez global de 900 mil parteiras, mencionou Natalia Kanem.
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Mortalidade materno-infantil cai, mas índices ainda preocupam - Instituto Humanitas Unisinos - IHU