03 Fevereiro 2023
A reportagem é de José Lourenço, publicada por Religión Digital, 02-02-2023.
No Dia da Apresentação do Senhor, em que são feitas orações especiais pela Vida Consagrada em todo o mundo, Francisco quis compartilhar a tarde com uma representação dos consagrados do país. Foi na Catedral de Kinshasa, Nossa Senhora do Congo, durante o seu terceiro dia de permanência na República Democrática do Congo (RDC). O entorno do templo estava cheio de gente duas horas antes do encontro, em meio a uma garoa que amenizava o calor do dia anterior.
Uma representação de mais de 5.000 sacerdotes, 12.000 religiosos e religiosas, 3.000 seminaristas, 80.000 catequistas e diáconos ofereceram-lhe alguns testemunhos de seu trabalho apostólico, sem esconder os "enormes desafios" -como os descreveu o Cardeal Ambongo- para viver o compromisso sacerdotal e religiosos no país com maior número de católicos em toda a África (52 milhões, 48% da população).
A resposta de Francisco, numa mensagem repleta de carinho, respeito e consideração, não se limitou, porém, a alguns dos males que acompanham o ministério naquelas latitudes, pelo que começou por assegurar que tudo isto seja enfrentado - "até à perspectiva mudanças na vida”- “colocar Jesus no centro”.
Francisco os convidou a "servir ao povo como testemunhas do amor de Deus", em vez de "servir ao povo" porque, neste caso, "o sacerdócio e a vida consagrada tornam-se estéreis", pois aquele a quem Deus é consagrado, "é não se trata de um trabalho para ganhar dinheiro ou ter uma posição social, nem para resolver a situação da família de origem, mas sim ser sinais da presença de Cristo, do seu amor incondicional”.
Francisco reconheceu que quem dá esse passo vocacional “terá sempre desafios a enfrentar, tentações a vencer”, mas quis adverti-los de três que considera especialmente perniciosos: “mediocridade espiritual, conforto mundano, superficialidade”.
Interior da Catedral de Kinshasa. (Foto: Reprodução | Vatican Media)
Para enfrentar esta primeira tentação, o Papa quis compartilhar com eles alguns conselhos, entre os quais "sejam fiéis a certos ritmos litúrgicos de oração que acompanham o dia, da Missa ao breviário", como a celebração eucarística diária, não descurar a Liturgia das Horas, não esquecer a Confissão, reservar todos os dias um tempo intenso de oração - "estar com o Senhor, coração com coração", adoração eucarística, meditação da Palavra, do Rosário, assim como breves "jaculatória", palavras de louvor, agradecimento e invocação "quando estamos em plena atividade".
Francisco prosseguiu com o segundo grande desafio, o de “vencer a tentação do conforto mundano, de uma vida cómoda, em que as coisas se resolvem mais ou menos e seguimos em frente por inércia, à procura do nosso conforto”. E deixar-nos ir sem entusiasmo", o que em contextos de pobreza e sofrimento, acrescentou, pode levar a "aproveitar o papel que temos para satisfazer as nossas necessidades e as nossas comodidades", a acabar por "transformar-nos em frios burocratas do espírito" que, em vez de servir ao Evangelho, "preocupamo-nos em gerir as finanças e em fazer um negócio que nos seja vantajoso. É escandaloso quando isso acontece na vida de um padre ou de um religioso”.
« Nous avons à témoigner ! »
— KTOTV (@KTOTV) February 2, 2023
Devant le pape François, l'abbé Léonard Santedi témoigne du ministère de prêtre diocésain en #RDC pour la #justice, la #charité et la #solidarité.
?Rencontre du #PapeEnRDC avec les consacrés sur https://t.co/TCYImVKDnA pic.twitter.com/SCxvtNJiYv
A esse respeito, o Papa tocou em um tema sobre o qual os bispos congoleses já falavam há alguns meses: a incompatibilidade de ter filhos com o celibato. “E como é belo ser sinais luminosos de total disponibilidade ao Reino de Deus, vivendo o celibato - afirmou o Papa -. Não deixemos que aqueles vícios, que gostaríamos de arrancar dos outros e da sociedade, se encontrem profundamente enraizado em nós. Por favor, estejamos atentos ao conforto mundano."
Sobre a tentação da superficialidade, Francisco destacou a importância de combatê-la por meio da formação, porque, assegurou, "as pessoas não precisam de funcionários do sagrado ou profissionais distantes do povo", mas de homens e mulheres que, além de saberem a doutrina e meditar na Palavra, "ao mesmo tempo para permanecer abertos às preocupações do nosso tempo, às questões cada vez mais complexas do nosso tempo, para compreender a vida e as necessidades das pessoas; para compreender que caminho tomar pela mão e acompanhá-los".
“Por isso, a formação do clero não é opcional”, sublinhou, dirigindo-se primeiro aos seminaristas, “mas é válida para todos: a formação é um caminho que deve continuar sempre, ao longo da vida”. “É uma formação permanente e é para toda a vida”, enfatizou Francisco, olhando para o público.
Francisco relatou a importância de superar as três tentações que mencionou, porque só assim será possível "ser testemunhas", "porque o serviço só é eficaz se for através do testemunho" e "ser bons sacerdotes, diáconos e pessoas consagradas, não bastam palavras e intenções; o que vale mesmo é a própria vida".
"O ministério ao qual sois chamados é precisamente este: oferecer proximidade e consolação, como uma luz sempre acesa no meio da escuridão", disse-lhe Francisco, apelando a um aspecto que nunca deve ser esquecido: "Ser irmãos e irmãs de todas, seja em primeiro lugar entre vós. Testemunhas de fraternidade, nunca em guerra; testemunhas de paz, aprendendo a superar também as particularidades de cada cultura e etnia".
Nesse sentido, recomendou-lhes que fossem "dóceis ao Deus da misericórdia, sem nunca se deixarem quebrar pelos ventos das divisões", pedindo-lhes também "não desanime, precisamos de vós. Vós sois valiosos, importantes, Digo-vos em nome de toda a Igreja".
Por fim, Francisco agradeceu-lhes "uma vez mais o seu serviço e o seu zelo pastoral", desejando que "sejam sempre canais da consolação do Senhor e alegres testemunhas do Evangelho; profecia de paz nas espirais da violência; discípulos dispostos do Amor para curar as feridas dos pobres e dos que sofrem. Em seguida, abençoo a todos e faço um último pedido: "Por favor, rezem sempre por mim".
Encontro com sacerdotes, diáconos, consagrados e seminaristas
Kinshasa, Catedral, 2 de fevereiro de 2023.
Caros irmãos sacerdotes, diáconos e seminaristas, queridas consagradas, queridos consagrados: boa tarde e boas férias.
Estou feliz por vos encontrar precisamente hoje, na festa da Apresentação do Senhor, dia em que rezamos de modo especial pela vida consagrada. Todos nós, como Simeão, esperamos que a luz do Senhor ilumine as trevas de nossas vidas e, mais ainda, todos gostaríamos de viver a mesma experiência que ele fez no Templo de Jerusalém: ter Jesus em seus braços. Tome-o em seus braços, para poder tê-lo diante de seus olhos e perto de seu coração. Desta forma, colocar Jesus no centro muda a nossa perspectiva de vida e, mesmo no meio do trabalho e do cansaço, sentimo-nos envolvidos pela sua luz, consolados pelo seu Espírito, encorajados pela sua Palavra, sustentados pelo seu amor.
Digo isto pensando nas palavras de boas-vindas pronunciadas pelo Cardeal Ambongo, pelas quais estou grato. Ele falou dos “enormes desafios” que devem ser enfrentados para viver o compromisso sacerdotal e religioso nesta terra marcada por “condições difíceis e muitas vezes perigosas” e, portanto, de sofrimento. E, no entanto, como indiquei, também há grande alegria no serviço ao Evangelho e são numerosas as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Há a abundância da graça de Deus, que age precisamente na fraqueza (cf. 2 Cor 12,9) e que vos torna capazes, juntamente com os fiéis leigos, de gerar esperança nas circunstâncias muitas vezes dolorosas do vosso povo.
É a fidelidade de Deus que nos dá a certeza de que Ele nos acompanha também nas dificuldades. Ele, através do profeta Isaías, diz: "Farei uma estrada no deserto e rios na estepe" (43,19). Pensei em propor-vos algumas reflexões que nascem, precisamente, destas palavras de Isaías. Deus abre os seus caminhos nos nossos desertos e nós, ministros ordenados e consagrados, somos chamados a ser sinal desta promessa e a cumpri-la na história do povo santo de Deus. Mas, concretamente, a que somos chamados? Servir ao povo como testemunhas do amor de Deus. Isaías nos ajuda a entender como.
Pela boca do profeta, o Senhor chega ao seu povo num momento dramático, enquanto os israelitas eram deportados para a Babilônia e reduzidos à escravidão. Movido pela compaixão, Deus quer confortá-los. Esta parte do livro de Isaías, de fato, é conhecida como o "Livro da consolação", porque o Senhor dirige ao seu povo palavras de esperança e promessas de salvação. E a primeira coisa que faz é recordar o vínculo de amor que o une ao seu povo: «Não tenhas medo, porque eu te remi, chamei-te pelo nome, tu pertences a mim. Se atravessares as águas, estarei contigo, e os rios não te afogarão; se passares pelo fogo, não te queimarás, e as chamas não te queimarão» (43,1-2). Desta forma, o Senhor se revela como Deus de compaixão e nos garante que nunca nos deixará sozinhos, estará sempre ao nosso lado,
Queridos sacerdotes e diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas: por meio de vós o Senhor quer ungir também hoje o seu povo com o óleo da consolação e da esperança. E você é chamado a fazer eco desta promessa de Deus; lembrar que Ele nos formou e a Ele pertencemos, animar o caminho da comunidade; e acompanhá-la na fé ao encontro d'Aquele que já caminha conosco. Deus não permite que as águas nos submerjam, nem que o fogo nos queime. Sintamo-nos portadores deste anúncio no meio dos sofrimentos do povo. Isto é ser servidores do povo: sacerdotes, religiosos, missionários que experimentaram a alegria do encontro libertador com Jesus e a oferecem aos outros. Lembremo-nos que se vivemos para "servir" o povo em vez de "servir" o povo, o sacerdócio e a vida consagrada tornam-se estéreis. Não se trata de um trabalho para ganhar dinheiro ou ter uma posição social, nem para resolver a situação da família de origem, mas de ser sinais da presença de Cristo, do seu amor incondicional; do perdão com o qual quer nos reconciliar; da compaixão com que quer cuidar dos pobres. Fomos chamados a oferecer a nossa vida pelos nossos irmãos e irmãs, conduzindo-os a Jesus, o único que cura as feridas do coração. da compaixão com que quer cuidar dos pobres. Fomos chamados a oferecer a nossa vida pelos nossos irmãos e irmãs, conduzindo-os a Jesus, o único que cura as feridas do coração. da compaixão com que quer cuidar dos pobres. Fomos chamados a oferecer a nossa vida pelos nossos irmãos e irmãs, conduzindo-os a Jesus, o único que cura as feridas do coração.
Para viver assim a nossa vocação teremos sempre desafios a enfrentar, tentações a vencer. Gostaria de me deter brevemente sobre estes três: mediocridade espiritual, conforto mundano, superficialidade.
Acima de tudo, vença a mediocridade espiritual. Eu como? A Apresentação do Senhor, que no Oriente cristão é chamada de "festa do encontro", recorda-nos a prioridade da nossa vida: o encontro com o Senhor, sobretudo na oração pessoal, porque a relação com Ele é o fundamento da nossa ação. Não esqueçamos que o segredo de tudo está na oração, porque o ministério e o apostolado não são, em primeiro lugar, obra nossa e não dependem apenas de recursos humanos. E você me dirá: sim, é verdade, mas os compromissos, a urgência pastoral, os esforços apostólicos, o cansaço ameaçam não nos deixar tempo nem energia suficientes para a oração. Por isso, gostaria de compartilhar alguns conselhos: antes de tudo, sejamos fiéis a certos ritmos litúrgicos de oração que acompanham o dia, da missa ao breviário. A celebração eucarística diária é o coração pulsante da vida sacerdotal e religiosa. A Liturgia das Horas nos permite rezar com a Igreja e regularmente; nunca vamos negligenciá-lo. E não esqueçamos também a Confissão; sempre precisamos ser perdoados para oferecer misericórdia. Outro conselho: como sabemos, não podemos nos limitar à mera recitação formal das orações, mas é necessário reservar um tempo intenso para a oração todos os dias, para estar com o Senhor de coração a coração. Um prolongado momento de adoração, de meditação da Palavra, do Santo Rosário; um encontro íntimo com Aquele que amamos acima de tudo. Além disso, quando estamos em plena atividade, recorramos também à oração do coração, a breves palavras "jaculatórias" de louvor, de agradecimento e invocação que podemos repetir ao Senhor em qualquer lugar onde estivermos. A oração faz-nos sair de si, abre-nos a Deus, põe-nos de pé porque nos coloca nas suas mãos; criar em nós o espaço para experimentar a proximidade de Deus, para que a sua Palavra seja familiar para nós e, através de nós, para todos os que encontramos. Sem oração você não vai longe. Finalmente, para vencer a mediocridade espiritual, nunca nos cansemos de invocar a Virgem Maria, nossa Mãe, e aprender dela a contemplar e seguir Jesus. para que a sua Palavra seja familiar para nós e, através de nós, para todos os que encontramos. Sem oração você não vai longe. Finalmente, para vencer a mediocridade espiritual, nunca nos cansemos de invocar a Virgem Maria, nossa Mãe, e aprender dela a contemplar e seguir Jesus. para que a sua Palavra seja familiar para nós e, através de nós, para todos os que encontramos. Sem oração você não vai longe. Finalmente, para vencer a mediocridade espiritual, nunca nos cansemos de invocar a Virgem Maria, nossa Mãe, e aprender dela a contemplar e seguir Jesus.
O segundo desafio é vencer a tentação do conforto mundano, de uma vida cómoda, em que as coisas se resolvem mais ou menos e seguimos em frente por inércia, procurando o nosso conforto e deixando-nos levar sem entusiasmo. Mas assim se perde o coração da missão, que é sair dos territórios de si para ir ao encontro dos irmãos e irmãs exercendo, em nome de Deus, a arte da proximidade. Existe um grande risco ligado à mundanidade, sobretudo num contexto de pobreza e sofrimento: o de aproveitar o papel que temos para satisfazer as nossas necessidades e as nossas comodidades. É triste quando nos fechamos em nós mesmos, tornando-nos frios burocratas do espírito. Então, ao invés de servir o Evangelho, nos preocupamos em administrar as finanças e realizar um negócio que nos seja vantajoso. É escandaloso quando isso acontece na vida de um sacerdote ou religioso, que, ao contrário, deveriam ser modelos de sobriedade e liberdade interior. Ao contrário, como é belo permanecer reto nas intenções e livre de compromissos com o dinheiro, abraçando com alegria a pobreza evangélica e trabalhando ao lado dos pobres. E como é bonito ser sinais luminosos de total disponibilidade ao Reino de Deus, vivendo o celibato. Não permitamos que aqueles vícios, que gostaríamos de arrancar dos outros e da sociedade, fiquem bem enraizados em nós. Por favor, estejamos atentos ao conforto mundano. Não permitamos que aqueles vícios, que gostaríamos de arrancar dos outros e da sociedade, fiquem bem enraizados em nós. Por favor, estejamos atentos ao conforto mundano. Não permitamos que aqueles vícios, que gostaríamos de arrancar dos outros e da sociedade, fiquem bem enraizados em nós. Por favor, estejamos atentos ao conforto mundano.
Finalmente, o terceiro desafio é vencer a tentação da superficialidade. Visto que o Povo de Deus espera ser alcançado e consolado pela Palavra do Senhor, são necessários sacerdotes e religiosos preparados, formados e apaixonados pelo Evangelho. Um dom foi colocado em nossas mãos e, de nossa parte, seria presunção pensar que podemos viver a missão para a qual Deus nos chamou sem trabalhar sobre nós mesmos todos os dias e sem nos formarmos adequadamente, tanto na vida espiritual como na vida, preparação teológica. O povo não precisa de oficiais do sagrado ou profissionais distantes do povo. Somos obrigados a entrar no coração do mistério cristão, aprofundar a doutrina, estudar e meditar a Palavra de Deus; e ao mesmo tempo estar aberto às preocupações do nosso tempo, às questões cada vez mais complexas do nosso tempo, para compreender a vida e as exigências das pessoas; para entender como pegá-los pela mão e acompanhá-los. Portanto, a formação do clero não é opcional. Digo isto aos seminaristas, mas vale para todos: a formação é um caminho que deve continuar sempre, ao longo da vida.
Se quisermos servir o povo como testemunhas do amor de Deus, devemos enfrentar estes desafios de que vos falei, porque o serviço só é eficaz se for através do testemunho. Com efeito, depois de ter pronunciado as palavras de consolação, o Senhor diz através de Isaías: «Quem entre eles anunciou estas coisas? Quem nos previu o que aconteceu no passado? Sois minhas testemunhas» (43,9.10). Testemunhas, porque para ser bons sacerdotes, diáconos e pessoas consagradas não bastam palavras e intenções; o que realmente conta é a própria vida. Queridos irmãos e irmãs, olhando para vós dou graças a Deus, porque sois sinais da presença de Jesus que passa pelas estradas deste país e toca a vida das pessoas, as chagas da sua carne. Mas ainda faltam os jovens para dizer “sim” a Ele;
Em seus testemunhos, eles me lembraram como é difícil viver a missão em uma terra tão rica em belezas e recursos naturais, mas ferida pela exploração, corrupção, violência e injustiça. Eles também falaram sobre a parábola do bom samaritano; é Jesus quem passa por nossos caminhos e, sobretudo por meio de sua Igreja, para e cuida das feridas dos oprimidos. Queridos irmãos e irmãs, o ministério ao qual sois chamados é precisamente este: oferecer proximidade e consolação, como uma luz sempre acesa no meio da escuridão. E para ser irmãos e irmãs de todos, estejam entre vocês em primeiro lugar. Testemunhas de fraternidade, nunca em guerra; testemunhas da paz, aprendendo a superar também as particularidades de cada cultura e origem étnica, para que,
Um provérbio diz: "O vento não quebra o que sabe dobrar." Infelizmente, a história de muitos povos deste continente foi dobrada e crivada de feridas e violências, e por isso, se há um desejo que vem do coração, é não o ter de fazer mais; a de não mais ter que se submeter à arrogância do mais forte; a de não mais ter que abaixar a cabeça sob o jugo da injustiça. Mas podemos aceitar as palavras do provérbio principalmente no sentido positivo: há uma entrega que não é sinônimo de fraqueza, mas de força; o que significa ser flexível, superando a rigidez; significa cultivar uma humanidade dócil que não se fecha no ódio e no ressentimento; significa estar disponível para nos deixarmos mudar, sem obstinação nas nossas próprias ideias e posições. Se nos curvarmos diante de Deus, com humildade, Ele nos fará semelhantes a Ele, obreiros de misericórdia. Quando permanecemos dóceis nas mãos de Deus, Ele nos modela e nos torna pessoas reconciliadas, que sabem se abrir e dialogar, acolher e perdoar, colocar rios de paz nas estepes áridas da violência. E assim, quando os ventos do conflito e da divisão sopram violentamente, essas pessoas não podem ser quebradas, porque estão cheias do amor de Deus. Sede também assim, dóceis ao Deus da misericórdia, sem nunca vos deixardes quebrar pelos ventos das divisões. Nos ventos do conflito e da divisão, essas pessoas não podem ser quebradas, porque estão cheias do amor de Deus. Sede também assim, dóceis ao Deus da misericórdia, sem nunca vos deixardes quebrar pelos ventos das divisões. Nos ventos do conflito e da divisão, essas pessoas não podem ser quebradas, porque estão cheias do amor de Deus. Sede também assim, dóceis ao Deus da misericórdia, sem nunca vos deixardes quebrar pelos ventos das divisões.
Agradeço de coração, irmãos e irmãs, pelo que vocês são e pelo que fazem; pelo testemunho que dão à Igreja e ao mundo. Não desanime, precisamos de você. Você é valioso, importante, digo isso em nome de toda a Igreja. Desejo que sejam sempre canais de consolação do Senhor e alegres testemunhas do Evangelho; profecia de paz nas espirais da violência; discípulos do Amor dispostos a curar as feridas dos pobres e dos que sofrem. Obrigado mais uma vez pelo seu serviço e pelo seu zelo pastoral. Eu os abençôo e os carrego em meu coração. E você, por favor, ore sempre por mim.
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Francisco, aos sacerdotes e religiosos do Congo: "Coloquem Jesus no centro, não sejam burocratas do Espírito" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU