11 Janeiro 2023
Os resultados graças ao Protocolo de Montreal que eliminou as substâncias químicas nocivas. Segundo Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, “o acordo nos mostra o que pode e deve ser feito urgentemente para abandonar os combustíveis fósseis, reduzir os gases de efeito estufa e, assim, limitar o aumento da temperatura”.
A reportagem é publicada por La Repubblica, 10-01-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
O buraco na camada de ozônio, que já foi o perigo ambiental mais temido pela humanidade, deverá desaparecer completamente na maior parte do mundo dentro de duas décadas, graças à ação decisiva de muitos governos de eliminar gradualmente as substâncias que reduzem a camada. De acordo com um relatório da ONU, a perda da camada de ozônio, que correu o risco de expor as pessoas aos nocivos raios ultravioleta do sol, está no caminho de ser totalmente recuperada até 2040 em grande parte do mundo, enquanto se recriará totalmente até 2045 no Ártico e até 2066 na Antártica.
Depois do alarme pela perda de ozônio na década de 1980, a camada de ozônio melhorou constantemente após o Protocolo de Montreal de 1989, um acordo internacional que contribuiu para eliminar 99% das substâncias químicas que destroem a camada de ozônio, como os clorofluorcarbonos (CFCs), que eram utilizados como solventes e na refrigeração. A ONU afirma que a ação sobre a camada de ozônio também foi uma arma contra a crise climática: os CFCs também são gases de efeito estufa e seu uso contínuo e descontrolado teria aumentado as temperaturas globais em até um grau Celsius até a metade do século, agravando uma situação já desastrosa em que os gases que aquecem o planeta ainda não estão diminuindo.
"A ação sobre o ozônio estabelece um precedente para a ação climática", afirmou Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, que apresentou o relatório dos progressos, compilado a cada quatro anos. “Nosso sucesso na eliminação gradual das substâncias químicas que destroem a camada de ozônio nos mostra o que pode e deve ser feito urgentemente para abandonar os combustíveis fósseis, reduzir os gases do efeito estufa e, assim, limitar o aumento da temperatura”.
A resposta global unificada à gestão de CFC significa que o Acordo de Montreal deve ser considerado como "o tratado ambiental de maior sucesso da história e oferece incentivo para os países do mundo se unirem e decidirem sobre um resultado e agirem de forma consequente", de acordo com David Fahey, um cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica que foi o principal autor da nova avaliação.
Os progressos nem sempre foram lineares: em 2018, os cientistas detectaram um aumento no uso de CFC, rastreado na China e por fim resolvido. Enquanto isso, a substituição dos CFCs por outro grupo de produtos químicos industriais, os hidrofluorcarbonos (HFCs), tem sido problemática, pois os HFCs são gases de efeito estufa e, portanto, um novo acordo internacional, alcançado em Kigali, foi necessário para conter seu uso.
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O buraco na camada de ozônio está se fechando: o anúncio da ONU - Instituto Humanitas Unisinos - IHU