06 Dezembro 2022
Os fatos teriam ocorrido no início dos anos 1990 em uma comunidade de religiosas em Ljubljana. As acusações prescreveram, mas continuam em vigor para o sacerdote esloveno a proibição de confessar e acompanhar exercícios espirituais.
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Repubblica, 05-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
O jesuíta esloveno Marko Rupnik, conhecido no mundo inteiro por seus mosaicos, está sujeito a “restrições”, como a proibição de confessar e de acompanhar exercícios espirituais, por abusos psicológicos e sexuais que remontam à década de 1990 cometidos contra religiosas da Comunidade Loyola de Ljubljana, embora as acusações tenham prescrito. A informação foi divulgada pela Companhia de Jesus, a mesma ordem religiosa do Papa Francisco, relatando o resultado de uma "investigação preliminar" concluída pelo Vaticano em outubro deste ano.
Um comunicado assinado pelo delegado das Casas interprovinciais romanas da Companhia de Jesus, publicado após o caso ter aparecido na internet nos últimos dias, informa que o dicastério para a Doutrina da Fé, responsável pelos processos canônicos relativos aos abusos sexuais, "recebeu uma denúncia em 2021 contra o P. Marko Ivan Rupnik S.J. a respeito de sua forma de exercer o ministério. Não houve menores envolvidos”, especifica a nota.
O dicastério, liderado por outro jesuíta, o cardeal espanhol Luis Ladaria, "pediu à Companhia de Jesus que instaure uma investigação preliminar relativa a este caso". Os jesuítas “nomearam imediatamente um instrutor externo (religioso de outro instituto) para a investigação. Várias pessoas foram convidadas a depor”.
“Após ter estudado o resultado dessa investigação, segue a nota, o dicastério vaticano constatou que os fatos em questão eram considerados prescritos e, portanto, encerrou o caso, no início de outubro deste ano de 2022" .
"Durante a investigação preliminar, várias medidas cautelares foram tomadas contra o padre Rupnik", explica o comunicado dos jesuítas: "Proibição do exercício do sacramento da confissão, da direção espiritual e do acompanhamento dos exercícios espirituais". Além disso, "o padre Rupnik foi proibido de realizar atividades públicas sem a permissão de seu superior local". A nota especifica: “Essas medidas ainda estão em vigor hoje, como medidas administrativas, mesmo depois da resposta do dicastério para a Doutrina da fé”.
“A Companhia de Jesus leva em séria consideração todas as denúncias contra um dos seus membros”, conclui a nota. “A missão da Companhia de Jesus é também uma missão de reconciliação. E queremos acolher a todos e a todas de forma aberta”.
Os fatos contestados datam do início dos anos 1990: tratar-se-ia de abusos psicológicos e sexuais contra as freiras da Comunidade Loyola de Ljubljana, fundada por uma religiosa de quem Rupnik era amigo e “padre espiritual”. A comunidade sofreu posteriormente intervenção, e D. Daniele Libanori, jesuíta, bispo auxiliar da diocese de Roma, ainda é comissário.
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Abusos sexuais de freiras, restrições ao jesuíta e artista Marko Rupnik - Instituto Humanitas Unisinos - IHU