16 Novembro 2022
Preservar a unidade e, ao mesmo tempo, permitir a conversão e a renovação. Este foi o pedido feito esta manhã, perante o túmulo do Apóstolo Pedro, no Vaticano, pelo presidente dos bispos alemães, numa Eucaristia com a qual quis iniciar oficialmente a visita ad limina que decorrerá ao longo desta semana.
A respeito de algumas acusações de que os católicos na Alemanha estão "se afastando de Roma", Bätzing quis destacar que Roma tem sido um importante "ponto de referência para a fé católica e para toda a Igreja" desde o início da história da Igreja, mas que "não é a origem e a meta do caminho que percorremos na fé", mas que "a origem e a meta" desse caminho é Jesus Cristo.
A reportagem é de José Lourenço, publicada por Religión Digital, 14-11-2022.
Preservar a unidade e, ao mesmo tempo, permitir a conversão e a renovação. Esse foi o pedido feito esta manhã, perante o túmulo do Apóstolo Pedro, no Vaticano, o presidente dos bispos alemães, numa Eucaristia com a qual quis iniciar oficialmente a visita ad limina que decorrerá ao longo desta semana e onde o trabalho do chamado Caminho Sinodal Alemão será, sem dúvida, um dos destaques.
O próprio Georg Bätzing foi um dos promotores desse caminho de reflexão após a ameaça de descarrilamento da Igreja alemã como resultado dos casos de abuso sexual descobertos por alguns relatórios devastadores de 2018, que revelaram um submundo de encobrimento que respingou até mesmo a pastores proeminentes.
A título de recomeço, o Caminho Sinodal quis reconsiderar numerosas questões que, como a ordenação de mulheres ou de homossexuais, fizeram soar o alarme não só entre alguns teólogos e cardeais alemães, mas também na própria Santa Sé, que inclusive motivou uma carta do Papa Francisco “ao Povo de Deus em peregrinação na Alemanha”.
Bätzing admitiu em sua homilia que esta tarefa de preservar a unidade "não foi uma tarefa fácil" , como foi observado na quarta assembleia do Caminho Sinodal, realizada no início de outubro, onde o voto de veto de alguns bispos impediu a aprovação de polêmicas questões relacionadas com a moralidade sexual.
Segundo o portal Katholisch, Bätzing sublinhou aos seus irmãos no episcopado que o anúncio da mensagem cristã é sempre "a mediação da cultura e da fé, um caminho de perfil mútuo, discernimento crítico e penetração" e apelou à "co-responsabilidade dos bispos e fiéis neste processo." Assim, o que é necessário, afirmou, é "ouvir bem uns aos outros, argumentar com cuidado e lutar honestamente com os outros".
A respeito de algumas acusações de que os católicos na Alemanha estão "se afastando de Roma" com suas idéias reformistas, o Bispo de Limburg quis destacar que Roma tem sido um importante "ponto de referência para a fé católica e para toda a Igreja" a história da Igreja, mas que "não é a origem e a meta do caminho que percorremos na fé", mas que "a origem e a meta" desse caminho é Jesus Cristo.
Leia mais
- Bispos alemães em visita ad limina. Artigo de Marcello Neri
- A Igreja e o sexo: bispo alemão quer reformas
- Bispos alemães em visita ad limina: Caminho sinodal no centro das atenções
- A ordenação de padres homossexuais, uma nova exigência do Caminho Sinodal Alemão
- Igreja alemã desafia o Vaticano com debate sobre celibato e ordenação de mulheres
- A Igreja da Escócia é a favor da ordenação de homossexuais
- Caminho sinodal alemão. Com a força do desespero
- O que dizem os documentos do Caminho Sinodal alemão?
- O Caminho Sinodal Alemão ‘responde’ a Roma: “É nosso dever indicar claramente onde acreditamos que as mudanças são necessárias”
- Vaticano analisa propostas do Caminho Sinodal alemão para vetar bispos, eleger párocos e ordenar mulheres
- A declaração do Vaticano. O Caminho Sinodal Alemão corre o risco de morrer
- Debate sobre ordenação de mulheres cresce na Alemanha
- Não podemos deixar que a crise dos abusos sexuais nos conduza à homofobia
- Abusos sexuais na Igreja Católica: o princípio do fim da hipocrisia
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Os bispos alemães apelam à “unidade” na sua visita ao Vaticano, mas recordam que a meta do caminho da fé é Jesus Cristo, não Roma - Instituto Humanitas Unisinos - IHU