Jesuítas e salvadorenhos afirmam saber a verdade no 33º aniversário dos assassinatos da UCA

(Foto: Reprodução | Religión Digital)

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14 Novembro 2022

  • A comunidade jesuíta e centenas de salvadorenhos, em uma emocionante e colorida procissão de lanternas, exigiram neste sábado conhecer a verdade do assassinato de seis padres jesuítas e duas mulheres cometidos por tropas do exército há 33 anos no quadro da guerra civil (1980-1992)

  • A Frente Universitária Roque Dalton (FURD) exigiu em comunicado "trazer à luz todas as atrocidades cometidas pelo exército nas ditaduras militares e o que a direita neoliberal continuou até hoje"

  • Na rua principal do campus, os alunos da UCA confeccionaram tapetes coloridos com imagens dos mártires. Carimbaram o lema dos 33 anos do crime: "Porque a luta é justa, a esperança não esmorece"

A reportagem é de DR/Agências, republicado por Religión Digital, 14-11-2022.

A comunidade jesuíta e centenas de salvadorenhos em uma emocionante e colorida procissão de lanternas exigiram, neste sábado, conhecer a verdade do assassinato de seis padres jesuítas e duas mulheres cometidos por tropas do exército há 33 anos no quadro da guerra civil (1980-1992).

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"A verdade é o direito do povo de saber quem foram os que cometeram esses crimes hediondos (de padres e mulheres) e por que os cometeram para que não voltem a acontecer", disse à AFP o reitor da Universidade Jesuíta (UCA), o padre Andreu Oliva.

Com velas ou flores nas mãos e faixas com os rostos dos padres assassinados, a procissão percorreu as ruas do campus da UCA, no sudoeste de San Salvador. "Os sacerdotes assassinados eram pessoas boas que lutaram pelos pobres, por isso os recordamos e pedimos justiça", comentou a AFP Domitila Cruz, de 67 anos, que veio da comunidade rural de Bajo Lempa, a 85 km ao sudeste de San Salvador.

A Frente Universitária Roque Dalton (FURD) exigiu em comunicado "que se traga à luz todas as atrocidades cometidas pelo exército nas ditaduras militares e o que a direita neoliberal continuou até hoje".

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Em um grande tapete, estamparam o lema do 33º aniversário do crime: “Porque a luta é justa, a esperança não esmorece”.

Na manhã de 16 de novembro de 1989, em meio a uma ofensiva guerrilheira em San Salvador, membros do agora banido batalhão Atlacatl cometeram o crime múltiplo no campus da UCA.

As vítimas foram o hispano-salvador Ignacio Ellacuría (reitor da UCA), os espanhóis Ignacio Martín Baró (vice-reitor), Segundo Montes, Amando López e Juan Ramón Moreno, além dos salvadorenhos Joaquín López, Elba Ramos e sua filha Celina.

Em setembro de 1991, um tribunal julgou nove soldados que apareciam como autores materiais sem levar em conta os autores intelectuais, segundo organizações humanitárias.

Nesse julgamento, apenas o coronel Guillermo Alfredo Benavides foi considerado culpado de todos os assassinatos, e o tenente Yusshy René Mendoza foi responsabilizado pela morte da menor Celina.

Ambos os policiais recuperaram a liberdade com uma lei de anistia de 1993, mas Benavides foi preso novamente para completar sua sentença de 30 anos, depois que a anistia expirou em 2016.

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Em 16 de janeiro de 1992, com a assinatura dos acordos de paz entre a guerrilha esquerdista, a guerra civil terminou, deixando mais de 75 mil mortos, 7 mil desaparecidos e milhões em perdas econômicas.

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