El Salvador recusa extraditar quatro envolvidos no assassinato de Ellacuría

Imagem: Universidade John Carroll

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

19 Agosto 2016

A Suprema Corte de Justiça de El Salvador rejeitou o pedido da Espanha de extraditar os quatro militares salvadorenhos detidos e que estiveram implicados no assassinato, em novembro de 1989, dos padres jesuítas espanhóis Ignacio Ellacuría, Segundo Montes, Ignacio Martín Baró, Amando López e Juan Ramón Moreno.
 
A reportagem é publicada por Religión Digital, 18-08-2016. A tradução é de André Langer.

“Tomou-se a decisão de negar a extradição, mas estamos na questão dos fundamentos” para justificar a decisão, indicou ao jornal El Salvador Belarmino Jaime, magistrado da Sala Constitucional. A decisão foi adotada pelos 15 magistrados que integram o pleno.

O Conselho de Ministros da Espanha aprovou em março a decisão de solicitar novamente a El Salvador a extradição dos quatro militares, atendendo ao pedido do juiz da Audiência Nacional, Eloy Velasco.

Concretamente, a Espanha havia solicitado a extradição para o seu julgamento na Espanha por crimes de assassinatos terroristas e crimes contra a humanidade do coronel Alfredo Benavides Moreno, responsável pelo Batalhão Atlacatl, que teria ordenado o assassinato dos padres; do sargento Tomás Zarpate Castilo, que se confessou autor de disparos contra duas das vítimas; do sargento Antonio Ramiro Ávalos Vargas, que provocou a morte direta de dois padres e ordenou a morte de mais duas pessoas, e de Ángel Pérez Vásquez, cabo do mesmo Batalhão Atlacatl, que confessou ter assassinado um dos padres.

Fontes do Supremo explicaram que a negação do pedido de extradição favorece estes quatro militares, que se encontram detidos, mas não se descarta que possa ser extensivo a outros 11 que permanecem fugitivos.

Esta é a segunda ocasião em que o Supremo nega o envio de qualquer dos acusados de matar Ignacio Ellacuría, cinco de seus colegas e duas de suas colaboradoras, para julgamento.

Em 2012, a Suprema Corte vetou o pedido do juiz Eloy Velasco da Audiência Nacional da Espanha de levar a julgamento 13 implicados sob a premissa de que a Constituição salvadorenha impedia a extradição de nacionais.

O Governo salvadorenho, controlado pela outrora guerrilha da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), mostrou-se satisfeito com a decisão. O vice-presidente e ex-guerrilheiro, Óscar Ortiz, destacou que o Governo respeita “totalmente” a decisão do Supremo, porque evita que “se vá enfraquecer, pulverizar e desarticular” o processo de paz e da democracia iniciado com a assinatura dos Acordos de Paz que deram fim à guerra civil (1980-1992).