Como enfrentar a crise ecológica e energética: o novo livro de Gaël Giraud

Eventos extremos são efeito da crise climática | Foto: Fernando Vivas/Governo da Bahia

Mais Lidos

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

14 Outubro 2022

 

A revolução doce da transição ecológica. Como construir um futuro possível” [em tradução livre] é o novo livro-manifesto, publicado pela Livraria Editora Vaticana, do teórico da transição ecológica francês. Um mapa para se orientar nas mudanças necessárias que a encíclica Laudato si’ do Papa Francisco pede a todos para cuidar da nossa casa comum e construir o nosso amanhã.

 

A reportagem é de Vatican News, 13-10-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

 

Diretor do Programa para a Justiça Ambiental da Universidade de Georgetown, em Washington, e teórico da transição ecológica, Gaël Giraud, em seu livro publicado pela LEV e intitulado “La rivoluzione dolce della transizione ecologica. Come costruire un futuro possibile” [A revolução suave da transição ecológica. Como construir um futuro possível, em tradução livre], expressa a convicção de que é necessário implementar hoje em todo o mundo o processo de transição ecológica: passar de uma sociedade fundamentalmente baseada nas energias fósseis para uma baseada nas energias renováveis.

 

“É uma oportunidade fantástica para mudar o nosso estilo de vida, aprendendo um estilo mais humano”, diz Giraud, criticando a forma como a economia é ensinada e, ao mesmo tempo, fazendo propostas para enfrentar a emergência climática.

 

Não às finanças sem regras

 

Nas intenções do autor, o livro pretende ser uma contribuição para pôr em prática a encíclica Laudato si’, do Papa Francisco. Segundo Giraud, a ciência econômica neoclássica não leva em conta o conceito de complexidade, do fator energético, da questão-moeda.

 

O livro contesta a sacralidade do PIB como índice do qual derivam todos os raciocínios econômicos. Giraud também critica as finanças desreguladas que dominam os mercados.

 

Entre as propostas do autor, está a que diz respeito ao importante papel que os bancos e as finanças em geral podem desempenhar na transição ecológica e energética.

 

Bens comuns

  

A transição ecológica pode permitir a reindustrialização verde da Europa, precisamente em um continente onde a industrialização está estagnada ou, melhor, em regressão: algumas escolhas concretas, como o hidrogênio, a energia solar e assim por diante podem levar ao renascimento industrial do continente, de acordo com uma filosofia claramente verde.

 

Por fim, Giraud defende fortemente a perspectiva de olhar para o mundo dos bens comuns, não considerando o planeta como um conjunto de bens privados – ar, água, solo, recursos naturais, mas também a saúde global, até mesmo o corpo humano –, pois isso pode favorecer o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, mais sustentável e capaz de futuro.

 

Um estilo de vida humano

 

Por que ler esse livro? Segundo Giraud, “hoje existe a ideia de que a transição ecológica é uma coisa triste que reduz o prazer da vida. É exatamente o contrário. É a única maneira de alcançar um estilo de vida humano na alegria”.

 

 

 

Leia mais