24 Agosto 2022
Não é mais possível recorrer a institutos italianos ou estrangeiros. Os patrimônios mobiliários, as contas, os fundos financeiros devem retornar obrigatoriamente à sede no Torrione de Nicolau V no próximo 1º de outubro.
A reportagem é de Maria Antonietta Calabrò, publicada por Huffington Post, 23-08-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Somente o IOR, o Instituto para as Obras de Religião, poderá tratar com exclusividade do dinheiro do Papa, do Vaticano e da Santa Sé. Não poderão mais ser bancos italianos ou estrangeiros. Os patrimônios mobiliários, as contas, os fundos financeiros devem retornar obrigatoriamente à sede no Torrione de Nicolau V no próximo 1º de outubro.
As congregações e os entes do Vaticano terão trinta dias a partir de 1º de setembro próximo. Isso foi estabelecida pelo Papa com base em um rescrito pós-audiência do Secretário de Estado Pietro Parolin, que tem o caráter de uma interpretação autêntica da norma já contida na nova Constituição da Cúria Romana que será ilustrada aos cardeais que virão a Roma de todo o mundo neste fim de semana.
Desta forma, não só as capitais da Santa Sé espalhados em todo o mundo voltarão ao Vaticano, a começar pela Itália e Suíça e até paraísos fiscais (mais ou menos exóticos), mas será radicalmente impedido que se possa repetir o que havia acontecido com os fundos da Secretaria de Estado. No passado recente, eram mantidos no Credit Suisse e no Banco para a Suíça Italiana (este último fechado pelas autoridades suíças por lavagem de dinheiro) e foram parcialmente investidos no prédio londrino da Sloane Avenue, para o qual está em andamento no Vaticano um processo contra dez réus.
Até o Óbolo de São Pedro (a arrecadação de fundos de todo o mundo para as atividades do Papa, em 29 de junho de cada ano) era depositado na Suíça pela Secretaria de Estado.
A atividade de gestor patrimonial e depositário dos bens móveis da Santa Sé e das instituições associadas é da exclusiva responsabilidade do Instituto para as Obras de Religião. A Santa Secretaria de Estado na Suíça e não o IOR. O mesmo se aplica a entidades e Congregações com contas em bancos italianos, mesmo pequenos bancos privados. Embora a nova Constituição Apostólica da reforma da Cúria tenha sido assinada por Francisco em 19 de março de 2022 e tenha entrado em vigor em 5 de junho, muitas entidades haviam demonstrado resistência à transferência obrigatória para o IOR, alegando motivo jurídicos de redação da norma. O Papa agora esclareceu que não há mais nenhuma possibilidade de contornar a nova lei.
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O Papa se livra dos bancos. Só o IOR poderá tratar das finanças do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU