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01 Julho 2013

Em quem realmente os cristãos confiam: em Deus ou no dinheiro?

A reflexão é do teólogo leigo italiano Christian Albini, em artigo publicado no blog Sperare per Tutti, 28-06-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

A notícia da prisão de um eclesiástico expoente do IOR, poucos dias depois que o Papa Francisco nomeou uma comissão com a tarefa de esclarecer as atividades do Instituto e um prelado de sua confiança no organograma, tornar já inevitável aquela reforma radical da que se fala em várias partes.

"A Igreja Católica precisa de meios econômicos para desenvolver a sua missão", dizem aqueles que sempre defenderam com veemência essas estruturas. Trata-se, precisamente, de estruturas instituídas pelos homens e, portanto, não necessárias do ponto de vista da fé. O risco é o de ter âmbitos paralelos, em que vale a lógica da riqueza e do poder, ao invés da do Evangelho.

O verdadeiro problema não é que ocorram os escândalos, se há fiscalização e se age para tomar procedimentos e remediá-los. O pecado ocorre; trata-se de não ignorá-lo e justificá-lo a todo custo.

A questão efetiva é se interrogar sobre o que significa gerir o dinheiro e os bens materiais em uma família, uma paróquia, uma diocese com base na fé. A Palavra de Deus, os Padres da Igreja e a tradição monástica tem muito a dizer a respeito, em termos de partilha, fraternidade, sobriedade.

"Aqueles que compram vivam como se não possuíssem; aqueles que usam os bens do mundo, como se não os usassem plenamente" (1Cor 7, 30).

Para Paulo, é um discurso de liberdade: não fazer do dinheiro o ponto de apoio da vida, transformando-o em um ídolo que nos condiciona e limita a nossa capacidade de amar.

Em quem realmente o fiel confia: no dinheiro ou em Deus?