Por lei, no Rio novelas bíblicas são patrimônio cultural

Cena do Trailer da novela "Gênesis", da Record TV. (Foto: Reprodução YouTube)

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12 Julho 2022

 

Novelas bíblicas são patrimônio cultural imaterial no Rio de Janeiro. A novidade está configurada em lei sancionada no final do mês de junho pelo governador do Estado, Cláudio Castro (PL) e atende projeto apesentado em agosto de 2019 pelos deputados Tia Ju, Carlos Macedo, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, e Rosenverg Reis, pastor da Universal.

 

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

 

Tia Ju argumentou que a proposta visa “reconhecer como patrimônio imaterial do Rio de Janeiro aquilo que já é patrimônio da humanidade – os exemplos das histórias bíblicas”. A lei restringe, no entanto, esse patrimônio às telenovelas bíblicas produzidas em território fluminense pelas emissoras de televisão brasileira.

 

A repórter Carolina Moraes, da Folha de S. Paulo, entrevistou especialistas da área do patrimônio. Eles argumentam que esse processo de registro pelo Legislativo é “superlativo e irregular” e não tem o mesmo peso dos que passam pelos trâmites usuais de registros bens imateriais do Executivo, que envolve, entre outros requisitos, um plano de salvaguarda de dez anos do bem em questão.

 

O arquiteto e professor Marcos Olender, coordenador adjunto do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro, explicou à repórter que se trata de um processo criterioso, que requer um esforço “só possível de ser feito pelo Executivo porque é lá que você tem um corpo técnico dedicados ao patrimônio cultural”.

 

Nos processos pelo Legislativo “você não tem nada disso. Não se pesquisa sobre o bem, se ele realmente tem importância cultural e histórica. É algo muito superficial, sem nenhum tipo de critério técnico tanto na escolha quanto na votação”, emendou.

 

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