12 Julho 2022
O Papa da Ecologia Integral voltou a aparecer assim. Depois da publicação de Laudato si', em 2015, essa encíclica social em que assentou as bases da “ecologia integral” e que é citada e pouco lida por políticos de todo o mundo, Francisco voltou a mostrar sua consciência da crise ambiental da humanidade e sua constante abertura a gestos cada vez mais concretos para salvar a Terra.
A reportagem é de Hernán Reyes Alcaide, publicada por Religión Digital, 11-07-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Numa mensagem aos jovens europeus, foi claro e direto: “seria conveniente consumir menos carne” para ajudar o meio ambiente, disse-lhes, numa nova reviravolta aos pedidos já considerados básicos pelo Papa, como reduzir também o uso de combustíveis fósseis.
“É urgente reduzir o consumo não só de combustíveis fósseis, mas também de muitas coisas supérfluas; e igualmente, em certas áreas do mundo, seria conveniente consumir menos carne, isso também pode ajudar a salvar o meio ambiente”, disse o pontífice em uma mensagem enviada a uma conferência de jovens da União Europeia que começou hoje em Praga e vai até quarta-feira.
Em 2015, o Papa publicou a encíclica Laudato Si', na qual levanta o conceito de “ecologia integral” e é considerado um dos mais importantes escritos sobre o tema nos últimos anos. A Conferência do Clima em Paris naquele ano teve a encíclica como um dos grandes impulsos para poder chegar a acordos que, além do posterior descumprimento, também não fossem históricos.
Em sua mensagem, o pontífice destacou aos jovens que “enquanto as gerações anteriores falavam muito e concluíam pouco, vocês, por outro lado, são capazes de tomar iniciativas concretas”.
“Por isso digo que este pode ser o momento certo. Se eles não conseguirem reverter essa tendência autodestrutiva, será difícil para outros fazê-lo no futuro”, convocou-os.
“Não se deixe seduzir pelas sereias que propõem uma vida de luxo reservada a uma pequena porção do mundo, espero que você tenha olhos grandes para ver o resto da humanidade como um todo, que não se reduz à pequena Europa; uma digna e sóbria, sem luxos nem desperdícios, para que todos possam habitar o mundo com dignidade”, pediu Francisco.
Na semana passada, de fato, dom Gabriele Giordano Caccia, Observador Permanente da Santa Sé junto à ONU, entregou ao Secretário-Geral das Nações Unidas o documento pelo qual a Santa Sé, em nome e por conta do Estado da Cidade do Vaticano, adere à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
O Papa também pediu aos jovens europeus “que não se deixem levar por ideologias míopes que querem mostrar o outro, o diferente, como inimigo”.
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Papa Francisco diz que “seria conveniente consumir menos carne” para salvar o meio ambiente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU