México. Javier Campos Morales e Joaquín César Mora Salazar: quem eram os dois jesuítas que deram suas vidas às comunidades tarahumaras

Fonte: Homenagem Olma

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22 Junho 2022


Javier Campos Morales, El Gallo, e Joaquín César Mora Salazar, El Morita, são os dois padres jesuítas que foram assassinados em uma igreja da comunidade de Cerocahui, no município de Urique em Chihuahua, quando tentavam socorrer um homem ferido.

 

A reportagem é publicada por Infobae, 21-06-2022. A tradução é do Cepat.

 

A comunidade dos jesuítas do México lamentou seu assassinato e dedicou uma mensagem aos dois padres para agradecer-lhes por sua “vida e missão”, vida que entregaram de corpo e alma na Serra Tarahumara durante décadas.

 

Nesta segunda-feira, perderam a vida quando tentaram socorrer um homem ferido que estava sendo perseguido por indivíduos armados. Várias associações civis e religiosas exigiram justiça e a recuperação de seus corpos, que foram levados pelos assassinos.

 

“Não eram apenas padres de sacristia, mas verdadeiros amigos, pais, irmãos, companheiros de caminhada”, disse outro sacerdote da comunidade tarahumara. Os testemunhos de quem os conheceram concordaram em que os padres Javier Campos e Joaquín Mora faziam parte do povoado e que morreram na linha de frente, tentando proteger a comunidade o tempo todo.

 

Javier Campos quando foi ordenado sacerdote em 1962 (Foto: Facebook)

 

“Queridos e cativantes”: assim eram os dois padres assassinados

 

Javier Campos Morales, “El Gallo”, nasceu em 13 de fevereiro de 1943 na Cidade do México, mas, passou sua infância e adolescência em Monterrey, Nuevo León.

 

Ingressou na Companhia de Jesus em 14 de agosto de 1959, aos 16 anos, para ser ordenado sacerdote em 8 de junho de 1972 na Cidade do México, destacou a comunidade jesuíta.

 

O padre Gallo era, desde 2019, Superior da Missão Jesuíta, pároco e vigário da Pastoral Indígena da Diocese de Tarahumara. Dedicou 34 anos às comunidades indígenas, até ser assassinado neste dia 20 de junho.

 

Dizem que Javier Campos era um homem cuja “alegria e luz enchiam o ambiente”, que no exercício de sua fé se entregava a cada pessoa que encontrava em seu caminho pela Serra Tarahumara.

 

O padre Ismael Bárcenas conta que o padre Gallo “decidiu dar a vida com os tarahumaras. Ele falava a sua língua, sabia seus nomes e conhecia suas casas e seus caminhos”.

 

Padre Gallo foi totalmente dedicado à sua missão na Sierra Tarahumara. (FOTO: Facebook)

 

No caso de Joaquín César Mora Salazar, El Morita, nasceu em 28 de agosto de 1941 em Monterrey, Nuevo León. Assim como o seu companheiro, ingressou na Companhia de Jesus aos 16 anos.

 

El Morita foi ordenado sacerdote em 1º de maio de 1971 em sua cidade natal. Mais tarde, foi para as missões na Serra Tarahumara, onde dedicou 23 anos de fé e trabalho, até ser assassinado na segunda-feira.

 

Imediatamente surgiram nas redes sociais os testemunhos de pessoas que conheceram estes dois clérigos, evidenciando o seu espírito de humildade e dedicação às comunidades mais desfavorecidas.

 

É o caso de Martín Solares, que compartilhou algumas lembranças sobre o padre Joaquín Mora, a quem descreveu como um homem profundamente sensível, que nunca ostentou nenhum luxo e deu tudo o que possuía aos mais pobres.

 

“Sem dúvida, ele foi o mais quieto de todos os jesuítas que tive a sorte de conhecer. Havia uma maneira de fazê-lo sorrir imediatamente e era perguntar-lhe sobre a Serra Tarahumara, um dos primeiros lugares aos quais os jesuítas o enviaram para ajudar a comunidade”, relatou Solares no Facebook.

 

A Diocese de Tarahumara destacou que eles sempre se caracterizaram por seu desprendimento e amor à comunidade, ao passo que outros religiosos da região denunciaram que foram vítimas do crime organizado que atua naquela região, sob o olhar das autoridades.

 

Segundo especialistas, a Serra de Chihuahua é uma importante rota de trânsito de drogas para os Estados Unidos, razão pela qual é violentamente disputada pelos cartéis de drogas. Cerca de 30 padres foram assassinados na última década no México, segundo a ONG Centro Católico Multimedial.

 

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