Brasil já tem quase 10 milhões de casos e mais de 50 mil mortes da covid-19 em 2022. Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

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21 Junho 2022

 

"Todos estes números mostram que o Brasil ainda não está livre da pandemia. O número de pessoas infectadas se aproxima de 10 milhões no espaço de menos de 6 meses. Mas, felizmente, o número de mortes é menor", escreve José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo e pesquisador em meio ambiente, em artigo publicado por EcoDebate, 20-06-2022.

 

Eis o artigo.

 

O Brasil é um dos locais mais impactos pela pandemia da covid-19. O país tem 2,7% da população mundial, mas registrou até agora 5,9% dos casos globais e 10,6% das mortes globais.

 

Desde o início da doença o Brasil já registrou 31,7 milhões de casos da covid-19 e 669 mil mortes, até o dia 19 de junho.

 

O número de pessoas infectadas até o dia 19/06/2022 já se aproxima de 10 milhões de casos em 2022, número maior do que os 7,7 milhões de 2020 e menor do que os 14,6 milhões de 2021, conforme o gráfico abaixo (painel da esquerda). O número de mortes chegou a 50 mil óbitos até o dia 19/06/22 (painel da direita do gráfico), número que é bem menor do que os de 2020 e 2021, mostrando que a vacinação conseguiu reduzir o número de vítimas fatais da covid-19.

 

 

 

Os gráficos abaixo mostram o número de casos e de óbitos da covid-19 para as semanas epidemiológicas de março de 2020 a junho de 2022. Observa-se que o pico de casos ocorreu na 4ª semana de 2022 (23/01 a29/01) com 1,31 milhão de pessoas infectadas (quase 200 mil casos por dia) e o pico do número de mortes ocorreu na 14ª semana de 2021 (04/04 a 10/04) com 21,3 mil óbitos (média de mais de 3 mil óbitos por dia).

 

Na 24ª semana epidemiológica (12/06 a 18/06/2022) houve 248,4 mil pessoas infectadas, com média diária de 35,5 mil casos e houve 936 mortes da covid-19, com média diária de 134 óbitos. Estes números foram menores do que na 23ª semana epidemiológica, mas são maiores do que os valores do final de 2021.

 

A primeira quinzena de junho apresentou média diária de 39,5 mil casos e 134 mortes. Números bem superiores do que a primeira quinzena de maio que apresentou média diária de 16 mil casos e 95 óbitos.

 

 

 

O gráfico abaixo mostra a distribuição por sexo e idade das cerca de 50 mil mortes de 2022. A maioria das mortes (54,2%) foram de homens e 45,8% de mulheres. A percentagem de idosos vítimas da covid-19 aumentou para 82,8%, número bastante superior aos cerca de 70% dos dois anos anteriores. Portanto, a pandemia continua matando mais homens e pessoas de 60 anos e mais de idade.

 

 

 

Todos estes números mostram que o Brasil ainda não está livre da pandemia. O número de pessoas infectadas se aproxima de 10 milhões no espaço de menos de 6 meses. Mas, felizmente, o número de mortes é menor. Sem embargo, 50 mil óbitos de 01/01 a 19/06 é um número não desprezível e mostra que a retomada do aumento da expectativa de vida ainda vai ser adiada para 2023 e adiante.

 

Referências

 

ALVES, JED. A pandemia de Coronavírus e o pandemônio na economia internacional, Ecodebate, 09/03/2020. Disponível aqui.

ALVES, JED. O impacto mortal da covid-19 sobre a economia e a demografia brasileira, ANPOCS, 11/05/2020.  Disponível aqui.

ALVES, JED. Demografia e Economia nos 200 anos da Independência do Brasil e cenários para o século XXI (com a colaboração de GALIZA, F), ENS, maio de 2022. Disponível aqui.

 

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