25 Mai 2022
“A economia mundial talvez esteja enfrentando o maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial”, advertem, em um texto, Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, Gita Gopinath, número dois da organização, e Ceyla Pazarbasioglu, diretora do Departamento de Estratégia, Políticas e Avaliação do Fundo.
A reportagem é publicada por Página/12, 24-05-2022. A tradução é do Cepat.
“A invasão russa à Ucrânia se somou à pandemia de Covid-19. O encarecimento dos alimentos e da energia impõe um peso aos lares em todo o mundo. O endurecimento das condições financeiras está exercendo mais pressão sobre os países, empresas e famílias fortemente endividadas. Países e empresas estão reavaliando as cadeias mundiais de abastecimento em meio aos persistentes transtornos. Se a isto se somar o acentuado aumento da volatilidade nos mercados financeiros e a contínua ameaça das mudanças climáticas, o que temos diante de nós é uma possível confluência de calamidades”, alertam as economistas.
Diante desse cenário, diz o texto, a fragmentação geoeconômica, cujo ápice é a guerra na Ucrânia, é um grande obstáculo porque impossibilita a coordenação. A tendência à desintegração, admite o FMI, explica-se porque ao lado da integração, desde o final dos anos 1970, “as desigualdades em termos de renda, riqueza e oportunidades continuaram piorando. Há pessoas que foram sendo abandonadas, conforme as indústrias iam evoluindo em meio à concorrência mundial. E para os governos foi difícil ajudá-las”.
“As tensões relativas ao comércio, normas tecnológicas e segurança vêm se acentuando há muitos anos, e isso foi minando o crescimento e a confiança no atual sistema econômico global”, continuam.
Diante da possibilidade de que a fragmentação econômica global continue aumentando, o Fundo pede que as barreiras comerciais diminuam “para aliviar a escassez e baixar os preços dos alimentos e outros produtos”, o que parece difícil em um contexto em que vem ocorrendo justamente o contrário, ou seja, um aumento do protecionismo.
Além disso, o FMI alerta: “considerando que cerca de 60% dos países de baixa renda têm significativas vulnerabilidades de dívida, alguns terão que reestruturá-la. Se não houver uma firme cooperação para aliviar esses encargos, tanto esses países como seus credores sairão perdendo”. É por esta razão que o Quadro Comum do G20 para o Tratamento da Dívida deve ser aprovado sem demora”.
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Alerta do FMI pela fragmentação geoeconômica: Desde 1945, o maior desafio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU