13 Abril 2022
Mais de 6.000 indígenas de 172 tribos se reuniram em Brasília, capital do Brasil, para marchar em defesa de suas terras e contra as políticas do governo brasileiro.
A reportagem é de Lise Alves, publicada por EarthBeat, 13-04-2022.
Irmã Maria Inês Ribeiro, presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, se reúne com lideranças indígenas no Acampamento Terra Livre 2022-ATL em Brasília 7 de abril de 2022. (CNS | cortesia CRB Nacional)
Os participantes do Acampamento Terra Livre 2022-ATL deste ano, considerado a maior mobilização indígena do Brasil, querem pressionar os legisladores a rejeitar a proposta de legislação do governo que permitiria mineração e agricultura em suas terras protegidas.
O presidente Jair Bolsonaro, que trabalha ativamente para abrir as terras indígenas ao uso comercial, tem afirmado repetidamente que "há muita terra para poucos índios" e que, se dependesse dele, durante seu mandato não haveria mais demarcação de terras. Terras indígenas.
Junto com grupos indígenas e ambientalistas, muitos religiosos também vieram a Brasília para mostrar seu apoio.
"Esta é uma lição de vida para todos nós, essa busca incessante de preservar nossos direitos originais", disse o arcebispo Roque Paloschi, de Porto Velho, secretário da filial brasileira da Rede Pan-Amazônica de Igrejas, ou REPAM.
Pe. Mauricio da Silva Jardim, diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias, disse ao Catholic News Service: "Todos os projetos de lei que estão sendo debatidos no Congresso prejudicam os indígenas em sua luta pela terra, pelo território. Indígenas às suas terras, para que as contas que degradam a cultura, as tradições desses povos não passem."
Jardim disse sentir a forte presença de jovens indígenas no acampamento e grande esperança de que essa resistência seja ouvida pelos legisladores brasileiros.
“Aprendemos muito com os povos indígenas – cuidando do planeta, nossa casa comum, preservando, não depredando”, acrescentou.
Ir. Maria Inês Ribeiro, integrante das Mensageiras do Amor Divino e presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, também esteve no Acampamento Terra Livre.
“Estamos nos organizando para ter uma comunidade intercongregacional lá no Tapajós, no estado do Pará, para apoiar os indígenas daquela região”, disse ela em uma das barracas montadas no evento pelos organizadores para debates.
“Essa situação de invasão de terras indígenas para o agronegócio, para a mineração, é uma grande injustiça”, disse Ribeiro.
Segundo a Fundação Nacional do Índio, 672 terras indígenas foram demarcadas e 115 delas ainda estão em análise.
Os indígenas deveriam permanecer em Brasília até 14 de abril.
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Líderes religiosos se unem a indígenas em protesto pela terra brasileira - Instituto Humanitas Unisinos - IHU