04 Dezembro 2021
"A presente obra não tem pretensões científicas, mas uma finalidade pastoral e espiritual: ajudar a acompanharmos o ano litúrgico através da meditação dos textos que usamos na celebração da Eucaristia", escreve Eliseu Wisniewski, presbítero da Congregação da Missão (padres vicentinos) Província do Sul e mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), ao comentar o livro Celebrar o Dia do Senhor, subsídios litúrgicos: anos A, B, C, de Francisco Taborda e Johan Konings (São Paulo: Paulus, 2020, 296 p. ISBN 9786555620931).
Capa do livro Celebrar o Dia do Senhor (Foto: Divulgação)
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023 salientam que a comunidade eclesial missionária, como ambiente de vivência da fé e forma da presença da Igreja na sociedade, é sustentada por quatro pilares fundamentais: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. Frisam que a Eucaristia e a Palavra são elementos essenciais e insubstituíveis para a vida cristã (cf. n. 160). Frente a isso nos orientam para a necessidade de “promover uma liturgia essencial, que não sucumba aos extremos do subjetivismo emotivo nem tampouco da frieza e da rigidez rubricista e ritualística, mas que conduza os fiéis a mergulhar no mistério de Deus, sem deixar o chão concreto da história de fora da oração comunitária. A verdadeira celebração e oração exigem conversão e não criam fugas intimistas da realidade, ao contrário, remetem à solidariedade e à alteridade. A comunidade deve beber da riqueza da Reforma Litúrgica, a fim de evitar retrocessos que afetam a vida das comunidades cristãs que assimilaram as determinações do Concílio Vaticano II” (n. 162.
Dentre os vários encaminhamentos práticos orientam-nos a “respeitar o ano litúrgico em suas especificidades, tanto no conteúdo quanto na forma. Deve-se tomar grande cuidado com celebrações peculiares realizadas para atender necessidades e interesses individuais, sem relação alguma com o tempo litúrgico em que ocorrem e que, por vezes, desfocam a importância da centralidade do Domingo e da participação na comunidade paroquial” (n. 168).
Nesta perspectiva situamos o livro: Celebrar o Dia do Senhor (Paulus, 2020, 296 p.), de autoria de Francisco Taborda e Johan Konings.
Taborda é padre jesuíta, doutor em Teologia pela Universidade de Münster (Alemanha), e professor emérito da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte – MG.
Konings, é padre jesuíta, nascido na Bélgica, em 1941. Doutor em Teologia, veio para o Brasil em 1972 para lecionar exegese bíblica, sucessivamente, nas Universidades Católicas de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, até assumir, em 1986, a cátedra de Novo Testamento no Centro de Estudos Superiores, atualmente Faculdade de Filosofia e Teologia da Companhia de Jesus (FAJE).
A presente obra não tem pretensões científicas, mas uma finalidade pastoral e espiritual: ajudar a acompanharmos o ano litúrgico através da meditação dos textos que usamos na celebração da Eucaristia. Para que se possa vivenciar mais intensamente o espírito da liturgia, como era o desejo do Concílio e da reforma litúrgica que operacionalizou a opção tomada pelos Padres Conciliares.
Taborda e Konings chamam a atenção para a importância desses textos que usamos na celebração da Eucaristia, que muitas vezes não são levados em consideração, mas pronunciados às pressas como se simplesmente fossem necessários por mera formalidade. São principalmente as orações: coleta, sobre as oferendas, pós-comunhão, oração sobre o povo ou bênção solene. “Eucologia” é a palavra designada para as orações antes mencionadas. Essas orações são textos de notável antiguidade que desde os séculos VI, VII, VIII são usados na liturgia. Foram sendo burilados, no decorrer dos séculos, a partir da necessidade pastoral de cada época. Os autores consideram também as antífonas que idealmente acompanham a procissão de entrada (introito ou antífona de entrada) e de comunhão.
A estrutura da obra segue a ordem do Missal Romano, percorrendo o ano litúrgico. Primeiro são abordados os tempos fortes: Advento, Natal, Quaresma e Páscoa (p. 13-133), depois os trinta e quatro domingos do Tempo Comum (p. 139-219) e, por fim, todas as solenidades, as festas do Senhor e a Comemoração de todos os fiéis defuntos (p. 223-287).
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A liturgia é o ápice para o qual tende a ação da Igreja e, juntamente, a fonte da qual promana toda a sua virtude. Assim sendo as páginas deste subsídio oferecem formação, história, teologia e espiritualidade para todos/as os que queiram participar de um modo mais consciente e frutuoso da liturgia da Igreja. Esta obra, portanto, está destinada a fazer enorme bem: oferece uma excelente teologia do ano litúrgico para celebrar o Dia do Senhor.
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Celebrar o dia do senhor - Instituto Humanitas Unisinos - IHU