29 Novembro 2021
No domingo, 28-11-2021, o Papa Francisco, depois de recitar o Angelus, na Praça São Pedro, em Roma, fez um contundente apelo pelos migrantes.
O texto é publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, 28-11-2021. A tradução é de Luisa Rabolini. A íntegra das palavras do papa Francisco, em italiano, pode ser ouvida aqui.
Caros irmãos e irmãs,
Ontem encontrei-me com os membros de associações e grupos de migrantes e pessoas que, em espírito de fraternidade, partilham o seu caminho. Estão aqui na praça, com aquela bandeira tão grande! Bem-vindos! Mas quantos migrantes – vamos pensar nisso - quantos migrantes estão expostos, inclusive hoje, a perigos muito graves, e quantos perdem a vida nas nossas fronteiras!
Sinto dor pela notícia sobre a situação em que tantos deles se encontram: aqueles que morreram no Canal da Mancha; aqueles nas fronteiras da Bielo-Rússia, muitos dos quais são crianças; aqueles que se afogam no Mediterrâneo. Tanta dor pensando neles. Daqueles que são repatriados para o Norte de África, são capturados por traficantes, que os transformam em escravos: vendem as mulheres, torturam os homens... Daqueles que, ainda esta semana, tentaram atravessar o Mediterrâneo à procura de uma terra de bem-estar e encontraram, em vez disso, um túmulo; e muitos outros.
Aos migrantes que se encontram nessas situações de crise, asseguro a minha oração, e também o meu coração: saibam que estou sempre perto de vocês. Orar e fazer. Agradeço a todas as instituições, tanto da Igreja Católica quanto de outras, especialmente as Caritas nacionais e a todos aqueles que estão empenhados em aliviar seus sofrimentos.
Renovo o sincero apelo a quantos puderem contribuir para a resolução desses problemas, em particular às autoridades civis e militares, para que a compreensão e o diálogo prevaleçam finalmente sobre qualquer tipo de instrumentalização e orientem a vontade e os esforços para soluções que respeitem a humanidade dessas pessoas. Vamos pensar nos migrantes, nos seus sofrimentos e oremos em silêncio... [momento de silêncio].
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“Migrantes transformados em escravos. Mulheres vendidas, homens torturados”. A denúncia do Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU